RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Para uma parte dos pais e das mães no Brasil, a rivalidade futebolística com a Argentina parece ficar de lado na hora de registrar os filhos.

Dados do Censo Demográfico divulgados na terça (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que sobrenomes de craques do país vizinho, como Riquelme, Messi e Maradona, viraram nomes de crianças nas últimas décadas.

Segundo a pesquisa, o Brasil tinha 25,9 mil pessoas cujo primeiro nome era Riquelme em 2022. Os registros do tipo ganharam força nos anos 2000.

A situação coincide com parte da carreira de Juan Román Riquelme. O ex-jogador fez história no Boca Juniors e na seleção argentina.

Para se ter uma ideia, os Riquelmes que viviam no Brasil em 2022 (25,9 mil) superavam com folga o número de moradores que carregavam o nome Neymar (2.443).

Ficavam abaixo, contudo, daqueles que tinham o nome de outro astro do futebol brasileiro: Romário (50,5 mil).

Os dados do Censo sinalizam um pico de 12,2 mil nascimentos de Riquelmes na década de 2000 a 2009. Outros 10,4 mil nasceram de 2010 a 2019. Em um período mais curto, de 2020 a 2022, foram 2.879 registros.

O recenseamento também encontrou variações do nome. Um exemplo é Rikelme. Em 2022, 4.675 habitantes eram chamados assim.

Ainda de acordo com o IBGE, o Brasil tinha 363 pessoas com o nome Messi à época. Os registros ficaram mais intensos a partir da década iniciada em 2010. À época, Lionel Messi já se destacava nos gramados.

Maradona, por sua vez, era o nome de 128 habitantes no Brasil em 2022. A idade mediana deles era 34 anos, o que indica um contingente mais envelhecido que o de Messis (10 anos) e o de Riquelmes (12 anos).

Isso está em linha com o fato de que Diego Armando Maradona construiu sua carreira de ídolo argentino antes dos outros dois. Maradona morreu há quase cinco anos, em novembro de 2020.

O Censo também contabilizou, em 2022, 75 pessoas com o nome Pele, similar a Pelé, principal estrela do futebol brasileiro. O registro do site do IBGE aparece sem o acento.

O instituto diz que jogadores de futebol têm grande influência nos nomes de bebês ao longo dos anos.

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Número de brasileiros com nome de jogador

(Apenas considerando registro de nome, não de sobrenome)

Nome – Quantidade

Romário – 50.538

Riquelme – 25.942

Rivaldo – 20.263

Neymar – 2.443

Lionel – 1.530

Zico – 582

Messi – 363

Rodrygo – 264

Taffarel – 262

Bebeto – 247

Ronaldinho – 187

Kylian – 138

Maradona – 128

Pelé* – 75

* Levantamento do IBGE não diferencia acento, então registro é como “Pele”; são 391 mil com nome Edson, com pico nos anos 1970.

Fonte: IBGE