SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estúdios de Hollywood têm investido nos chamados microdramas, séries com episódios curtíssimos para serem vistos no celular.

Atraídas pela popularidade desse formato e pelos baixos custos das produções, empresas disputam lugar para ver quem conquista o público e garante a maior fatia do mercado.

A Fox Entertainment decidiu investir na empresa ucraniana Holywater, dona do aplicativo de séries verticais My Drama. A Miramax também não quer ficar de fora dessa tendência. Em outubro, a empresa anunciou o GammaTime, um aplicativo de microdrama que arrecadou US$ 14 milhões de investidores estrelados, como a empresária e socialite Kim Kardashian.

Já em agosto, ex-executivos de grandes estúdios, como a ABC Entertainment e a NBCUniversal Television , decidiram fundar a MicroCo, cujo aplicativo deve ser lançado no ano que vem.

Além da popularidade, os microdramas atraem pelos baixos custos. O valor de cada série varia entre US$ 100 mil a US$ 300 mil, cifras muito abaixo daquelas observadas em grandes produções, como “Stranger Things”, da Netflix. Os episódios da próxima temporada da série chegaram a custar até US$ 60 milhões.

Embora o orçamento seja pequeno, os microdramas geram grandes lucros. Não à toa, o mercado está tão interessado nesse formato.

De acordo com a consultoria de mídia Owl & Co, os aplicativos de conteúdos verticais —como também são conhecidos os microdramas— devem faturar mais de US$ 3 bilhões fora da China neste ano. Foi no país asiático que os microdramas ganharam força durante a pandemia.

Uma outra pesquisa, desta vez feita pela empresa SensorTower, mostra que os Estados Unidos são o mercado em que os aplicativos verticais mais lucram, com ganhos que chegaram a quase US$ 350 milhões no primeiro trimestre deste ano.

No Brasil, os microdramas também têm gerado interesse. A Globo, por exemplo, vai lançar novelas curtas para as redes sociais, como Instagram e TikTok. A empresa já vinha testando o formato nos últimos meses. Em junho, a novela “Garota do Momento” teve um lançamento neste sentido.

Desta vez, a Globo vai produzir histórias originais. A empresa vai misturar conteúdos abertos e gratuitos nas redes sociais da emissora e modelos pagos no Globoplay, com degustação de alguns capítulos gratuitos.