SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Às vésperas do Enem 2025, muitos estudantes já estão prontos para a prova. No entanto, algumas dúvidas ainda existem em torno do exame nacional. Entre elas, está o modo de correção de acordo com a TRI (Teoria de Resposta ao Item).
Desde sua reformulação em 2009, o exame nacional é composto por 180 questões de múltipla escolha, com 45 perguntas para cada área de conhecimento e a redação. Diferente dos vestibulares tradicionais, o Enem adota uma metodologia que busca medir mais do que apenas a quantidade de acertos.
O professor Vinícius Figueiredo, coordenador pedagógico do pré-vestibular Bernoulli, explica que os processos seletivos tradicionais seguem a Teoria Clássica dos Testes (TCT), em que a pontuação do candidato depende diretamente do número de respostas corretas, e todas as questões têm peso fixo.
Já a TRI, utilizada no Enem, tem um sistema que avalia a proficiência dos participantes em uma escala contínua, levando em conta o nível de dificuldade de cada item.
“A TRI quer valorizar o padrão de acerto. Se, por exemplo, um candidato acertar questões muito difíceis, mas errar as mais fáceis, a fórmula da TRI interpreta que essa questão foi chute, o que reduz a nota final. Além disso, o objetivo é avaliar a coerência do desempenho do aluno”, afirma Figueiredo.
Por exemplo: Quando um aluno acerta questões fáceis, mas erra as mais difíceis, tende a receber uma nota maior do que outro que acerta somente as mais difíceis porque o sistema procura identificar possíveis acertos aleatórios, os famosos “chutes”.
O cálculo de peso e da nota do Enem é feito pelo Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos) e pelos pesquisadores do Inep que também são responsáveis pela conferência e a solução de eventual discrepância das notas.
O professor Francisco Moreira Júnior, assessor pedagógico da Plataforma Amplia, explica que a TRI é um modelo estatístico que considera três fatores:
– a dificuldade da questão
– a capacidade de discriminação
– a probabilidade de acerto ao acaso
“A dificuldade mede o quanto uma questão exige do candidato, enquanto a discriminação mostra o quanto ela diferencia estudantes com níveis distintos de conhecimento. A probabilidade de acerto ao acaso estima a chance de o participante acertar por sorte”, afirma Moreira Junior.
A partir desses critérios, de acordo com o assessor pedagógico da Plataforma Amplia, a TRI estima a proficiência do candidato em cada área de conhecimento presente na prova linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza e define uma pontuação coerente com o padrão de respostas.
Os especilsitas afirmam que o uso da TRI tornna o processo de correção mais justo entre os candidatos, principalmente quando há transparencia sobre o funcionamento do modelo e seus criterios.
“A TRI considera que cada questão tem um peso próprio, baseado na capacidade do candidato de distinguir entre diferentes níveis de conhecimento”, explica Moreira Júnior. “Esse modelo torna a prova mais justa e comparável entre edições diferentes, porque evita que pequenas variações na dificuldade influenciem tanto a nota final.”
“O sistema dá mais legitimidade ao processo educativo”, afirma Figueiredo. “Fica mais justo do que o sistema de teoria clássica, que, às vezes, não consegue compreender todas as nuances de um dia de prova.”
Para se preparar para ter um bom resultado no exame nacional. Para o professor Vinícius Figueiredo, do Bernoulli, o candidato precisa ter como prioridade a revisão. Segundo ele, o estudante não deve focar em aprender novos conteúdos na reta final, mas revisar as matérias que já domina.
Durante o exame, Figueiredo recomenda que o candidato escolha uma estratégia inteligente de resolução. O professor ressalta que não é necessário seguir a ordem das questões e que é mais benéfico começar pelas matérias com as quais o aluno se sente mais confiante.
“O ideal é priorizar as questões mais básicas e evitar chutar itens fáceis, já que isso pode prejudicar a nota final”, explica.
Além disso, Figueiredo explica que intercalar disciplinas também pode ser uma boa estratégia para evitar o cansaço mental.




