SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma professora de uma creche em Chicago, nos EUA, foi perseguida e presa dentro da unidade de ensino por agentes de imigração, afirmaram testemunhas.

O QUE ACONTECEU

Colombiana Diana Santillana Galeano foi detida na manhã desta quarta-feira (5), quando crianças estavam sendo deixadas pelos pais na creche. Ela é professora na escola Rayito de Sol, unidade de ensino particular que, além de servir como creche, dá aulas em espanhol para crianças em fase pré-escolar.

Ela foi seguida por um carro enquanto estava a caminho da escola, no banco do passageiro de um veículo, relataram testemunhas. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos afirmou que tentou parar o carro no qual a mulher estava, mas que ela teria “fugido” e corrido para dentro da escola.

Testemunhas gravaram a professora sendo arrastada por agentes para fora da escola enquanto gritava, em espanhol, que tinha documentos. Os diretores da escola afirmaram que mostraram a documentação da mulher aos agentes, incluindo o visto de permissão de trabalho dela. Ainda assim, ela foi presa.

Movimentação policial fez com que os pais achassem que algum ataque estava acontecendo. Pais afirmaram ao jornal The Washington Post que muitas pessoas correram para se esconder. Uma das mães disse ao jornal que passou meia hora abrigada em um carro com o filho.

Escolas eram consideradas “locais sensíveis” onde agentes federais não podiam fazer prisões durante governos Biden e Obama. O governo Trump mudou as políticas em janeiro, tirando também igrejas e hospitais da lista de “locais proibidos”. Ainda assim, prisões do tipo seguiram sendo consideradas atípicas no país.

Porta-voz do Departamento de Segurança Interna nega que mulher tenha sido presa dentro da escola. Segundo Tricia McLaughlin, a colombiana estava no hall de entrada quando foi detida, área que seria aberta para o público. Vídeos de testemunhas, porém, mostram a movimentação de agentes saguão e em outra parte interna da creche.

Governo também disse que mulher entrou ilegalmente no país em 2023. Ela teria pagado a coiotes para trazer dois filhos adolescentes no mês passado e, segundo eles, ela mentiu sobre a própria identidade ao ser presa.

Em comunicado feito aos pais, escola afirmou que policiais não tinham mandado e “invadiram uma instituição privada” para prender a mulher. Em outubro, após escalada de ações anti-imigração nos EUA, outro comunicado tinha sido enviado aos pais, afirmando que todos os docentes eram “qualificados e aptos para trabalhar no país”.