SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O CV (Comando Vermelho) enviou um integrante da facção à Ucrânia para treinar técnicas terroristas utilizadas em guerra. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (05) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Ele se chama Philippe Marques Pinto e tem 29 anos, apurou o UOL. O suspeito já tem passagem na polícia por tráfico de drogas.
Foram identificadas três entradas dele na Europa, além de imagens de Philippe na Ucrânia. A Polícia Civil ainda tenta confirmar se ele já voltou ao Brasil ou continua no país europeu.
Suspeito é próximo de Antonio Hilário Ferreira, conhecido como “Rabicó”. Ele é apontado como uma das principais lideranças do CV, sendo chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Agora, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes vai instaurar inquérito. Philippe vai responder também por apologia ao tráfico e associação para o tráfico.
MEGAOPERAÇÃO
A operação deixou 121 mortos, sendo quatro policiais. Do total de suspeitos mortos, 43 possuíam mandados de prisão pendentes. O número de mortos ultrapassa o massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, quando 111 detentos foram mortos.
Além disso, 97 alvos apresentavam relevante histórico criminal, informou a polícia. Dos 17 que não apresentaram histórico criminal, 12 apresentaram “indícios de participação no tráfico em suas redes sociais”.
Polícia disse que 62 suspeitos mortos eram de outros estados. São 19 do Pará; 12 da Bahia; 9 do Amazonas; 9 de Goiás; 4 do Ceará; 3 do Espírito Santo; 2 da Paraíba; 1 do Maranhão; 1 do Mato Grosso; 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal.
Moradores encontraram dezenas de corpos em uma área de mata no alto da Serra da Misericórdia, no Complexo da Penha. As vítimas foram levadas para a Praça São Lucas, onde equipes da Defesa Civil fizeram a remoção.
O IML Afrânio Peixoto foi fechado para receber exclusivamente os corpos da operação. A Defensoria Pública montou um posto de atendimento para auxiliar as famílias na identificação das vítimas.
A polícia diz que a operação foi planejada durante um ano e teve como alvo lideranças do CV. Segundo os investigadores, os chefes da facção controlavam o tráfico em diferentes regiões do estado. Foram apreendidas 118 armas, incluindo 91 fuzis. O material recolhido segue em análise pelos órgãos de segurança.
Ao menos nove pessoas ficaram feridas. São três moradores e seis policiais quatro civis e dois militares.




