SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5) o PL 8889/17, de regulamentação do streaming.
A casa havia aprovado o texto-base na terça (4) e analisou algumas emendas na tarde de hoje. O texto deve ainda passar pelo Senado.
A lei define que as plataformas de vídeo que atuam no Brasil, pagas ou abertas, deverão pagar a Condecine, a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional.
Na tarde desta quarta (5) o relator apresentou novas modificações, após uma negociação entre as partes interessadas.
A cota de obras brasileiras nos catálogos das plataformas acabou desidratada devido a um acordo que retirou uma vantagem aos streamings. No relatório apresentado em plenário ontem, as plataformas não precisariam pagar uma outra modalidade de Condecine, a Condecine-remessa, que incide sobre dinheiro remetido ao exterior obtido, a partir da exploração de obras audiovisuais no Brasil. O novo texto agora obriga as plataformas a pagar.
Em troca, plataformas e catálogos brasileiros com menos de 200 mil assinantes não precisarão cumprir as cotas de obras nacionais.
Interlocutores ouvidos pela Folha de S.Paulo, ligados a pequenas e grandes produtoras, avaliam que a cota já estava fragilizada no texto anterior e que a mudança de hoje não terá tanto impacto.
Já uma pessoa ligada a grandes streamings avalia que a Condecine-remessa terá impacto considerável para as plataformas estrangeiras.
Outra fonte, ligada a produtores independentes, chama de “jabuti” a isenção do pagamento pelas remessas ao exterior, cuja inclusão no PL teria pegado todos de surpresa.
A casa havia aprovado o texto-base na terça (4) e analisou algumas emendas na tarde de hoje. O texto deve ainda passar pelo Senado.
O texto do relator Doutor Luizinho (PP-RJ) estabelece que plataformas fechadas, como Netflix, Prime Video, Globoplay, Apple TV+ e Disney+, paguem uma alíquota de 4% calculada em cima da receita bruta anual das empresas.
A maior parte do valor devido pelas grandes plataformas poderá ser deduzido na forma de investimento direto em licenciamento nas produções brasileiras que elas escolherem o teto de dedução será de 60%.
Já plataformas abertas, como YouTube, TikTok, Instagram e Kwai, deverão pagar 0,8%, no máximo, mas sem a possibilidade de dedução direta.
Os recursos da Condecine alimentam o Fundo Setorial do Audiovisual, que é de onde saem editais de outros tipos de fomento para a indústria cinematográfica do Brasil.




