SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (04) no Senado Federal para investigar a expansão das organizações criminosas, quer ouvir ao menos quatro integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
O senador Marcos do Val (Podemos) titular da CPI, protocolou requerimento pedindo a convocação do preso Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Júnior, irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe máximo do PCC.
O parlamentar também quer ouvir os presos Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, tido como número dois do PCC, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado braço direito de Marcola. Além deles, há um pedido para ouvir Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco. Os requerimentos ainda não foram apreciados.
Júnior e Fuminho estão detidos na Penitenciária Federal de Brasília, e Carambola na Penitenciária Federal de Porto Velho. Já Beto Louco é investigado pela Polícia Federal por liderar uma organização criminosa ligada ao PCC.
Reportagem do UOL publicada em 18 de setembro deste ano informou que ele esteve na Câmara dos Deputados duas vezes em 2023 e que teria ido visitar o PP e um deputado.
Segundo a PF, Beto Louco e o empresário Mohamad Mourad, o “Primo”, eram os responsáveis por coordenar um esquema de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, administrando a distribuidora Aster e a produtora de gasolina Copape, entre outras empresas.
Ambos foram alvos de megaoperação da PF em agosto. As investigações indicam que eles coordenavam um esquema criminoso ligado ao PCC, que se estendia por toda a cadeia de distribuição de combustíveis e se utilizava de fundos de investimentos administrados por empresas financeiras da região da avenida Faria Lima, em São Paulo.
Beto Louco e Mourad tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e estão foragidos. Os nomes deles foram incluídos na lista da difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Júnior, Fuminho, Julinho Carambola, Beto Louco e Mohamad Mourad. O espaço segue aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores deles.




