SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Autoridades das Filipinas afirmaram nesta quarta (5) que o número de mortes devido à passagem do tufão Kalmaegi aumentou para 85. O número de vítimas deverá aumentar, já que dezenas de pessoas são consideradas desaparecidas. A província de Cebu, na região central, foi a mais atingida e registrou as piores enchentes em décadas, que arrastaram veículos e casas construídas próximas de rios.
O porta-voz da província, Rhon Ramos, disse à agência de notícias AFP que mais 35 corpos foram recuperados em Liloan, município que integra a zona metropolitana de Cebu, após inundações. Com isso, o total de vítimas na região aumentou para 76.
Outras mortes foram registradas na ilha vizinha de Negros, onde lama vulcânica impulsionada pela chuva soterrou casas na cidade de Canlaon, de acordo com autoridades. Seis militares também morreram na queda de um helicóptero durante uma missão humanitária na província de Agusan del Sur, na ilha de Mindanao. Segundo a agência nacional de desastres, há no total 75 desaparecidos e 17 feridos.
O tufão Kalmaegi, chamado localmente de Tino, provocou inundações, cortes de energia e o deslocamento de mais de 200 mil pessoas pelo país. Segundo a meteorologista Charmagne Varilla, a região de Cebu registrou 183 milímetros de chuva em apenas 24 horas, bem acima da média mensal de 131 milímetros.
Já a governadora Pamela Baricuatro disse que a situação não tem precedentes. “Esperávamos ventos perigosos, mas é a água que realmente está colocando as pessoas em perigo”, afirmou ela a jornalistas.
“Foi a primeira vez que isso aconteceu conosco. Moro aqui há quase 16 anos e nunca tinha visto uma enchente assim”, disse à AFP Marlon Enriquez, 58, morador da Cidade de Cebu, que tentava recuperar pertences da família após a passagem do Kalmaegi.
Meteorologistas afirmam que a tempestade deve ganhar força sobre o Mar do Sul da China e avançar em direção ao Vietnã, cujo governo informou estar se preparando para o pior cenário. O tufão deve atingir o solo vietnamita na noite de quinta-feira (6).
Já autoridades chinesas alertaram para um possível “processo de ondas catastróficas” na região e ativaram um protocolo de emergência marítima em Hainan, província mais ao sul, segundo a emissora estatal CCTV. O relatório não especificou quais áreas costeiras seriam afetadas.
O Kalmaegi atingiu as Filipinas em um momento de fragilidade. O país lida com uma sucessão de desastres naturais nos últimos meses, entre eles, terremotos e tempestades. Em setembro, o supertufão Ragasa atingiu o norte de Luzon, provocando rajadas de ventos, chuvas torrenciais e a suspensão de atividades governamentais e escolares.
Cientistas alertam que as mudanças climáticas estão tornando os tufões mais intensos, já que o aquecimento dos oceanos acelera o fortalecimento das tempestades e uma atmosfera mais quente retém mais umidade, provocando chuvas mais volumosas e destrutivas.




