(UOL/FOLHAPRESS) – O Franca iniciou a temporada com a missão de defender o título e manter a impressionante sequência de quatro troféus consecutivos. Diante de tanto sucesso, surge a pergunta: o que explica a dinastia do Franca?
Para responder a essa questão, convidamos nossos colegas do Café Belgrado, Guilherme Tadeu e Lucas Nepomuceno, além do perfil Franca Mil Grau.
Eles analisaram os fatores que ajudam a compreender como o time chegou a esse patamar. Entre os temas debatidos estão os jogadores do elenco, o trabalho do técnico Helinho, o desempenho do MVP da última temporada, Georginho, e, claro, o Pedrocão, ginásio que se transforma em um verdadeiro caldeirão a cada jogo.
ELENCO
“Franca tem conseguido segurar suas estrelas como Lucas Dias, Georginho e David Jackson por múltiplas temporadas e rodeá-las com talento indiscutível ano após ano.De quebra, a equipe ainda lança jogadores jovens de grande potencial, como já foram os casos de Didi, Márcio, Nathan e agora parece ser a vez de Zu Jr. brilhar intensamente”, – disse Lucas.
“Uma das questões chaves do Franca ser um time tão dominante é ter em seu elenco dois titulares da seleção brasileira, Lucas Dias e Georginho. Os dois teriam totais condições de jogar no mercado internacional. O próprio Georginho tinha proposta para continuar na Europa, mas porque o time consegue pagar bons salários e porque o atleta é identificado com a cidade, preferiu voltar. Isso faz muita diferença. O Flamengo depois que perdeu Yago não conseguiu mais ser dominante. Qualquer time que tivesse Caboclo ou Léo Meindl, para citar os outros titulares, seria potência no Brasil. Franca tem os dois que jogam no país”, argumentou Guilherme.
“O sucesso de Franca nos últimos anos está ligado a manutenção de uma identidade e filosofia – tanto por parte da diretoria quanto da comissão técnica-. O Franca sempre mantém um tripé: Lucas Dias, Georginho e DJ, em quadra; fora dela, a mente brilhante de Helinho. E, em torno deles, sempre há bons jogadores de grupo, que buscam entender a filosofia do basquete francano”, completou Franca Mil Grau.
GEORGINHO
“Confortável em Franca, Georginho acabou também se aproveitando muito do estilo de Franca para se tornar um jogador muito dominante. Muito do jogo passa por suas mãos. Ele é um criador inicial com liberdade para decidir quando acelerar, quando atacar, quando passar, Ele tem tanto protagonismo que muitas vezes ele mesmo define o pace de Franca. E fisicamente é um jogador muito acima do nível médio FIBA mundial, o que o faz se destacar ainda mais no NBB”, disse Guilherme Tadeu
“É difícil pará-lo de frente porque ele é rápido e atlético, agressivo e com explosão, e tem um chute confiável e é difícil defendê-lo no poste baixo porque ele é muito longo (envergadura impressionante) e consegue fazer todo mundo jogar com os desequilíbrios que promove”, completou.
HELINHO
“A filosofia francana mantém sua identidade desde os primórdios do basquete: defender forte e correr a quadra. Helinho e seus últimos elencos não conseguem – e nem querem – fugir disso”, disse o Franca Mil Grau.
“Helinho é mais que um técnico. Claro que ele é muito bom técnico, ninguém ganha tudo que ganhou sem um grande técnico. Mas ele é mais que isso. Sua figura representa a continuidade do legado de uma família lendária da cidade, e isso funciona tanto para dar confiança e estabilidade ao projeto com patrocinadores, mídia local, torcida, como também para liderar o elenco”, disse Guilherme Tadeu
“Poucas vezes você vai ver Helinho atraindo pra si os louros de vitórias, protagonismos de campanha. Ele não precisa, ele já é da nobreza basquetebolística de Franca. Ele tem um perfil tranquilo, é incomum vermos esbravejando com seu elenco. Helinho costuma ser uma espécie de embaixador por onde passa. Você chega ao ginásio mais cedo e provavelmente vai vê-lo falando com todos. Ele é mais que um ótimo técnico, um símbolo da tradição francana. Imagina, uma cidade do interior de São Paulo, longe da capital, se tornou a maior cidade de basquete de um país do tamanho do Brasil. Ele traz consigo o peso dessa tradição”, completou o integrante do Café Belgrado.
PEDROCÃO
“A equipe de Franca sempre tem uma vantagem clara sobre a grande maioria das equipes: está numa cidade que respira basquete. O time de Franca no Pedrocão não é imbatível, mas é muito difícil de ser vencido. Os sabores das vitórias e as dores das derrotas são partilhadas com uma apaixonada torcida, que, acompanha os jogos e as movimentações do time com paixão e cobrança”, falou Lucas Nepomuceno.
“Nada é mais francano do que uma torcida apaixonada, que empurra o Pedrocão a cada jogo e não abandona o time, na vitória ou na derrota. O Pedrocão pulsa a cada lance, e a energia entre jogadores e torcedores é de arrepiar. O fator casa faz total diferença no sucesso de Franca”, citou o Franca Mil Grau




