Da Redação

Os hábitos pouco saudáveis continuam sendo um desafio para a saúde pública em Goiás. O consumo de cigarros — agora também em formato eletrônico —, a má alimentação, o sedentarismo e o abuso de álcool seguem impulsionando o avanço das doenças crônicas, responsáveis pela maioria das mortes no Brasil e no mundo.

De acordo com o DATASUS, os problemas do aparelho circulatório continuam liderando as causas de morte no estado. Para compreender melhor o cenário e direcionar políticas de prevenção, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) apresentou nesta quarta-feira, 5, os resultados do 2º Inquérito de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel Goiás). O estudo ouviu 18 mil pessoas com mais de 18 anos em todas as regiões goianas.

Os números acendem um sinal de alerta: aumentaram os índices de tabagismo, obesidade, hipertensão e diabetes. O percentual de adultos fumantes, por exemplo, subiu de 13,1% em 2022 para 14,3% em 2025.

A gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho, destacou a preocupação com o crescimento do uso de cigarros eletrônicos entre jovens. Segundo ela, mais de 70% dos entrevistados dessa faixa etária relataram o uso do dispositivo. “Esse comportamento, aliado ao aumento do tempo de tela, pode gerar sérios impactos na saúde da população a médio e longo prazo”, alertou.

Nem tudo, porém, foi negativo. O levantamento registrou avanços na prática de atividades físicas e no número de mulheres que realizam exames preventivos, como o de colo do útero e a mamografia. A subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destacou que o inquérito ajuda tanto a planejar novas políticas públicas quanto a avaliar as que já estão em andamento. “Observamos um avanço importante no acesso a exames preventivos. Isso mostra que as ações estão funcionando e devem ser ampliadas”, afirmou.

O Vigitel, criado pelo Ministério da Saúde em 2006, acompanha os principais indicadores de saúde da população por meio de entrevistas telefônicas. Goiás realizou sua primeira edição estadual em 2023 e, desde então, vem aprimorando o método. Nesta segunda edição, o levantamento passa a detalhar dados das 18 regionais de saúde, e não apenas das cinco macrorregiões — o que coloca o estado, ao lado de São Paulo, entre os únicos do país com um mapeamento tão detalhado.

Além disso, Goiás inovou ao incluir entrevistas via celular, ampliando o alcance da pesquisa e garantindo um retrato mais fiel dos hábitos e riscos que moldam a saúde dos goianos.