RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou nesta terça (4) que Maria é o nome mais popular do país, alcançando quase 12,3 milhões de pessoas em 2022, o equivalente a 6,1% do total contabilizado no Censo Demográfico.
José vem na sequência, com quase 5,2 milhões de habitantes (ou 2,5%). Os dois já lideravam a lista no Censo anterior, relativo a 2010.
O ranking está disponível em um site do IBGE chamado Nomes no Brasil -clique no seguinte link para acessá-lo: https://censo2022.ibge.gov.br/nomes/rankings. A plataforma permite conferir os nomes e os sobrenomes mais comuns, incluindo recortes de sexo, período de nascimento e localidades (unidades da Federação e municípios).
Segundo o IBGE, os registros de nascimento de Marias vêm se recuperando.
Após alcançar um pico nos anos 1960, quando quase 2,5 milhões de crianças nascidas no país receberam esse nome, o número foi caindo década a década, até atingir 564,3 mil nos anos 1990.
Os registros voltaram a subir nos anos 2000, alcançando 1,3 milhão de 2010 a 2019. De 2020 a 2022 (um período menor), foram 571,1 mil registros.
O estado do Ceará tem a maior concentração de Marias: 12,6% da população responde por esse nome.
Na cidade cearense de Morrinhos (a 215 km de Fortaleza), 22,3% dos moradores vão atender se alguém chamar por Maria. É o maior percentual entre os municípios.
Em uma situação hipotética, se todas as pessoas chamadas Marias (12,3 milhões) vivessem em uma única cidade, formariam a mais populosa do país.
Para se ter uma ideia, o número de Marias é quase 7,3% superior ao total de habitantes do município de São Paulo. A capital paulista tinha 11,5 milhões de moradores em 2022, o maior contingente do Brasil
“Assim como José é o nome masculino mais comum, Maria é o nome feminino mais comum do Brasil. Essa popularidade, entretanto, não está limitada apenas ao país”, diz o site do IBGE.
“Contando com suas variações, como Mary e Marie, Maria é o nome mais comum no mundo. Só na Espanha, por exemplo, cerca de 24% das mulheres têm Maria no nome”, acrescenta o órgão.
NOMES MAIS COMUNS NO BRASIL
Posição – Nome – Nº de pessoas – Participação
1º – Maria – 12.284.478 – 6,05%
2º – José – 5.164.752 – 2,54%
3º – Ana – 3.948.650 – 1,94%
4º – João – 3.430.608 – 1,69%
5º – Antonio – 2.241.094 – 1,10%
6º – Francisco – 1.665.494 – 0,82%
7º – Pedro – 1.624.478 – 0,80%
8º – Carlos – 1.474.492 – 0,73%
9º – Lucas – 1.341.525 – 0,66%
10º – Luiz – 1.335.098 – 0,66%
SILVA E SANTOS SÃO SOBRENOMES MAIS COMUNS
O IBGE também divulgou pela primeira vez um recorte sobre os sobrenomes da população. Silva é o mais comum, com 34 milhões. Significa que 16,8% da população recenseada compartilhava esse sobrenome em 2022.
A cidade de Belém de Maria, em Pernambuco, tem a maior concentração. Uma parcela de 63,9% dos moradores carregava o sobrenome Silva. Entre os estados, Alagoas ocupa o topo (35,8%).
Santos é o segundo colocado no ranking nacional, com 21,4 milhões de pessoas (10,5% da população).
O IBGE aponta que, na cidade sergipana de Divina Pastora, 65,4% dos moradores são Santos. O estado tem 43,4% de sua população compartilhando esse sobrenome.
O instituto afirma que contabilizou quase 130 mil nomes próprios no Brasil, além de mais de 200 mil sobrenomes.
SOBRENOMES MAIS COMUNS NO BRASIL
Posição – Sobrenome – Nº de pessoas – Participação
1º – Silva – 34.030.104 – 16,76%
2º – Santos – 21.367.475 – 10,52%
3º – Oliveira – 11.708.947 – 5,77%
4º – Souza – 9.197.158 – 4,53%
5º – Pereira – 6.888.212 – 3,39%
6º – Ferreira – 6.226.228 – 3,07%
7º – Lima – 6.094.630 – 3,00%
8º – Alves – 5.756.825 – 2,83%
9º – Rodrigues – 5.428.540 – 2,67%
10º – Costa – 4.861.083 – 2,39%
NEYMAR GANHA FORÇA
Há outras curiosidades nos dados. O Brasil tinha 2.443 pessoas cujo primeiro nome era Neymar em 2022.
Desse contingente, 1.468 nasceram no período de 2010 a 2019, o equivalente a cerca de 60%. A explosão coincide com a evolução da carreira do craque do Santos. Neymar fez sua estreia no time profissional do clube paulista em 2009.
Os dados também indicam que o Brasil tinha 404,1 mil Enzos em 2022. O nome se tornou mais conhecido a partir dos anos 2000 e ganhou força de 2010 a 2019, quando nasceram 248,3 mil. A idade mediana dos Enzos era de apenas 6 anos em 2022.
MAIS GAEL E HELENA, MENOS OSVALDO E TEREZINHA
O IBGE disse que é possível ver o declínio de alguns nomes ao longo das décadas, que se refletem em idades medianas mais altas, como Osvaldo e Terezinha (62 e 66 anos).
O órgão também destacou a ascensão de nomes que possuem idades medianas bem mais baixas. Gael e Helena (1 e 8 anos, respectivamente) são exemplos disso.
O Brasil tinha mais de 4.000 nomes usados por apenas 20 pessoas cada em 2022. São os registros menos populares da lista publicada pelo instituto.
O IBGE não detalhou aqueles com menos de 20 pessoas no país. Essa decisão busca garantir o princípio do sigilo estatístico, evitando a identificação de um habitante, segundo o órgão.
Entre aqueles com apenas 20 pessoas, há registros como Abao, Abeir, Aquilo, Acrinaldo, Ashton, Chein, Natanagildo, Vitohugo, Vitctoria, Vitalicia, Wiki, Zulu e Zuraia.
O instituto organizou um evento de lançamento do site no centro do Rio de Janeiro.
A cerimônia foi agendada para as 10h desta terça, mas já era possível acessar os dados no endereço antes do horário marcado. Esse tipo de situação é incomum nas divulgações do IBGE.
O Censo foi a campo a partir de 1º de agosto de 2022, após dois anos de atraso em razão das restrições da pandemia e da escassez de orçamento no governo Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa contabilizou 241 pessoas com o sobrenome Bolsonaro, que estava longe de ser um dos mais comuns. Correspondia a apenas 0,0001% do total encontrado pelo IBGE.
O recenseamento também contabilizou 2.452 habitantes com o sobrenome Lula. Ele tampouco estava entre os mais mais frequentes -era equivalente a 0,001% do total. O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputou as eleições de 2022, vencendo Bolsonaro.
Segundo informações publicadas em perfis do petista nas redes sociais, o mandatário incluiu o apelido Lula em seu registro no cartório em 1982. O objetivo teria sido facilitar a identificação em urnas e cédulas de votação.
De acordo com o Censo, Lula era o primeiro nome de 220 habitantes em 2022. Bolsonaro não aparece na lista de nomes da pesquisa, apenas na relação de sobrenomes.




