BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao chamar de “desastrosa” e “matança” a operação policial que matou 121 pessoas no Rio de Janeiro, o presidente Lula (PT) provocou novas reações de membros da oposição, que foram às redes sociais criticá-lo.
“O dado concreto é que a operação do ponto de vista da quantidade de mortes, ela foi considerada um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, disse o petista na manhã desta terça-feira (4) ao falar com jornalistas de veículos internacionais, durante agendas da COP30, em Belém.
Em reação, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, criticou a fala e a falta de menção aos quatro policiais que morreram na operação.
“Finalmente Lula saiu do armário e agora que investigar com a PF dele a “MATANÇA” que houve no RJ. Não falou nada dos 4 policiais mortos na operação. Está ficando cada vez claro qual é o lado do Descondenado nesse episódio! A direita sempre estará ao lado do lei, do Estado e da polícia! PT PARTIDO DOS TRAFICANTES”, escreveu no X (antigo Twitter).
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) recuperou uma afirmação de Lula de que traficantes também eram “vítimas de usuários”, da qual o petista depois se retratou, para criticar a declaração desta terça. “Lula prova de novo que acha que os traficantes são vítimas”, declarou o parlamentar.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, também foi às redes contra o presidente.
“Veja que a lógica da esquerda sobre segurança é sempre da perspectiva do ladrão, do assassino, daquele que comete o crime. Nunca é de empatia pela vítima, pelo cidadão de bem que não tem paz. Um recado para Lula: é o conjunto da sociedade que merece dignidade, não aqueles que subvertem nossa democracia”, escreveu.
Até o momento, o governo e o próprio presidente, por meio das redes sociais, já haviam se manifestado sobre o caso, falando a respeito da necessidade de haver um trabalho coordenado contra o narcotráfico.
Na semana passada, o governo federal sancionou um projeto de lei que prevê pena de prisão para quem planeja ataque ou ameaça contra autoridades que combatem o crime organizado. Além disso, a proposta também criminaliza a obstrução de ações contra o crime organizado.
A operação do Rio foi considerada a mais letal da história do estado. Diante do fato, o governo Lula travou embate com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que acusou o governo federal de ter faltado com apoio à gestão estadual e negado três pedidos de ajuda às Forças Armadas.
As declarações foram rebatidas por meio de nota e em falas públicas dos ministros de governo. O chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, negou as acusações de Castro horas depois, durante entrevista coletiva.




