SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) fechou nesta terça-feira (4) a captação de US$ 100 milhões (R$ 538 milhões) por meio dos chamados bônus amazônicos, títulos usados para levantar recursos voltados para investimentos na Amazônia.
Esses papéis foram idealizados pelo BID há cerca de dois anos, com o objetivo de criar regras comuns para diferentes emissores interessados em captar recursos que financiem projetos com impacto ambiental, social e econômico positivo na região amazônica.
Os papéis podem ser captados por bancos multilaterais, privados, empresas e pelos oito países que compartilham o território amazônico, desde que as emissões sigam os mesmos parâmetros de emissão e destinação dos recursos. Essas regras foram construídas em parceria com o Banco Mundial.
“A dificuldade desse tipo de bônus é garantir que os recursos captados sejam de fato usados na Amazônia e sejam bem usados”, disse Ilan Goldfajn, presidente do BID. A ideia é que os investidores dos bônus amazônicos acompanhem a adequação dos investimentos às regras.
O título de cinco anos pagará um cupom anual de 3,802% ao ano. O banco de investimento Crédit Agricole CIB é administrador do título de renda fixa.
O BID vai aplicar o dinheiro levantado em projetos de áreas como urbanização, saneamento, infraestrutura, saúde, educação e bioeconomia, entre outras, segundo Goldfajn.
Essa emissão marca a estreia de um programa que somará no total US$ 1 bilhão, de acordo com o BID, e faz parte dos anúncios que a entidade fará nos próximos dias durante a COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém, no Pará.
Ao todo, o BID anunciará US$ 6 bilhões em investimentos durante o evento, marcando o maior volume de recursos de uma COP, de acordo com Goldfajn. Metade disso será via um programa de proteção contra a volatilidade cambial para investimentos sustentáveis.




