PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – O publicitário Ricardo Jardim foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (3), sob acusação de matar e esquartejar a ex-namorada e deixar parte do corpo em uma mala na rodoviária de Porto Alegre.

A Promotoria cita, ao todo, oito supostos crimes: feminicídio, falsa identidade, uso de documento falso, falsificação de documento público, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude, ocultação e vilipêndio de cadáver. Jardim, 66, está preso preventivamente desde 4 de setembro.

Ele nega ter assassinado Brasília Costa, 65. Jardim é representado pela Defensoria Pública Estadual, que informou que só irá se manifestar nos autos do processo.

Segundo a polícia, Jardim teria matado Brasília entre os dias 8 e 9 de agosto e esquartejado o corpo com uma serra em seu quarto, em uma pousada na zona norte de Porto Alegre.

Ele teria deixado os restos mortais embalados e escondidos dentro de uma geladeira na pousada onde morava.

A polícia encontrou os braços da vítima em um córrego da zona leste da capital no dia 13 de agosto, mas a identificação só ocorreu semanas mais tarde, após a localização do tronco em 1º de setembro. O corpo estava dentro de uma mala deixada no guarda-volumes da rodoviária em 20 de agosto, deixada por um homem usando máscara e boné conforme as gravações das câmeras de segurança do local.

Jardim foi preso no dia 4 de setembro, após a polícia obter as imagens da câmera de um estabelecimento privado que registraram seu rosto no momento em que ele retirou a máscara.

As pernas de Brasília foram encontradas em dois pontos diferentes da orla do Guaíba, nos dias 6 e 7 de setembro. De acordo com a polícia, Jardim teria jogado os membros inferiores em um arroio na zona sul da cidade.

A polícia mantém as buscas pela cabeça da vítima, que ainda não foi localizada. A principal suspeita é de que Jardim a tenha descartado em um contêiner de lixo orgânico no centro histórico, que foi recolhido por um caminhão triturador e levado para um lixão na região metropolitana.

Jardim estava foragido desde que obteve progressão para o regime semiaberto, em 2024, sem o uso de tornozeleira eletrônica, e deixou de comparecer para instalar o dispositivo.

Ele foi condenado em 2019 por matar a própria mãe e esconder o corpo concretado dentro de um móvel. Na época, negou o assassinato, mas confessou ter ocultado o cadáver após uma discussão. A vítima, Vilma Jardim, tinha 76 anos e foi encontrada com 13 facadas.