SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apenas um apaixonado por matemática definiria uma inteligência artificial como “a linguagem do amor.”SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apenas um apaixonado por matemática definiria uma inteligência artificial como “a linguagem do amor.”
Ricardo Barros, 37, colocou uma música para tocar quando a sua esposa, a jornalista e poetisa Carolina Drago dava comida para os filhos do casal.
“Bonita essa canção”, ela elogiou.
O marido ficou parado, esperando para ver se Carolina não perceberia algo diferente. Levou alguns segundos.
“É meu poema!”
A intérprete era Tess Arlow, cantora criada por inteligência artificial pela Tess IA, a empresa de Barros. Era uma homenagem à mulher. Todo o “repertório” é de poemas de Carolina com músicas e interpretações feitas por IA.
“Eu tinha um pouco de ressalva com a tecnologia antes. Ricardo falava para eu usar e eu respondia que não faria aquilo de jeito nenhum”, lembra ela, autora do livro de poesias “Na esquina do caos”.
A carreira de música de Ricardo foi o primeiro exemplo de que, à exceção de Carolina, ele não tem problemas em mudar de rumo quando outro tema o atrai. Escolheu Engenharia Civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Curso que também ficou em segundo plano quando viu o sistema de monitoramento de corrosão por hidrogênio nas tubulações da Petrobras. Era feito com IA quando ninguém ouvia falar naquilo.
“Ficou claro para mim que inteligência artificial não seria uma daquelas coisas que você pensa: será que vai dar certo? Era óbvio que seria o futuro”, disse.
Ele largou a engenharia para empreender em IA e abriu a Pareto. A companhia oferece soluções em inteligência artificial generativa e automação em diferentes áreas. Ela tem como clientes gigantes de streaming, como Netflix e Spotify.
“Eu sempre quis empreender mais com produto e menos com serviço. A Pareto sempre foi uma empresa de serviço”, afirma.
Isso fez com que lançasse, no final de 2024, a Tess IA. A ferramenta reúne 250 modelos de inteligência artificial que trabalham de maneira colaborativa. De acordo com a tarefa desejada, o sistema, na teoria, encontra qual IA entrega o melhor resultado. Segundo Barros, já são 2,5 milhões de usuários registrados.
Ranking da G2, site de avaliação de softwares e serviços B2B, colocou a Tess como a sexta melhor IA do mundo. O ChatGPT, da OpenIA, ficou em 10º.
“O futuro da IA é colaborativo. Isso significa inteligências artificiais trabalhando em conjunto. Uma é boa para marketing. Outra é melhor para escrita. Outra para interpretação de texto, por exemplo”, diz.
A Tess IA organizou neste ano o RAIFF, um festival de cinema em que todos os cerca de cem filmes inscritos foram feitos apenas com inteligência artificial.
O próximo passo será um road show em busca de investidores. A ideia é levantar no mercado, em dezembro, entre US$ 6 milhões e US$ 10 milhões (R$ 32,3 milhões a R$ 53,8 milhões).
“IA nunca foi modinha para mim. Sempre quis uma pegada muito inovadora. Eu sei a matemática da coisa. Entendo a tecnologia”, completa.
O que ele sentia jamais ter entendido plenamente eram os poemas de Carolina.
“Às vezes, a poesia pode não ser alcançada por todo mundo. Pode ser difícil. É uma coisa particular. É coisa de cada um. Eu mesma não gostava, antes, da ideia de usar os meus poemas [para fazer música por IA]. Tem isso do poeta, né? Um certo protecionismo daquilo que você escreveu”, afirma a autora.
Foi quando ela estava prestes a dar a luz a Clarice, hoje com um mês, a terceira filha do casal, que Ricardo resolveu tentar. Primeiro com uma música infantil, sem usar textos da mulher, para comemorar o nascimento. Quando viu que ela gostou, foi o sinal para o “nascimento” de Tess Arlow.
Ricardo e Carolina também são pais de Ângelo, 3, e Felipe, de um ano e oito meses.
Isso fez também com que ele se reencontrasse com a música.
“Era uma paixão esquecida que eu trouxe de volta e junto com a IA. E comecei a alcançar nuances e aspectos dos textos da Carol que antes não percebia”, finaliza.
Carolina prepara o lançamento de um novo livro. Terá o título de “Do caos ao céu”. Tess Arlow terá um novo repertório de canções.
Ricardo Barros, 37, colocou uma música para tocar quando a sua esposa, a jornalista e poetisa Carolina Drago dava comida para os filhos do casal.
“Bonita essa canção”, ela elogiou.
O marido ficou parado, esperando para ver se Carolina não perceberia algo diferente. Levou alguns segundos.
“É meu poema!”
A intérprete era Tess Arlow, cantora criada por inteligência artificial pela Tess IA, a empresa de Barros. Era uma homenagem à mulher. Todo o “repertório” é de poemas de Carolina com músicas e interpretações feitas por IA.
“Eu tinha um pouco de ressalva com a tecnologia antes. Ricardo falava para eu usar e eu respondia que não faria aquilo de jeito nenhum”, lembra ela, autora do livro de poesias “Na esquina do caos”.
A carreira de música de Ricardo foi o primeiro exemplo de que, à exceção de Carolina, ele não tem problemas em mudar de rumo quando outro tema o atrai. Escolheu Engenharia Civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Curso que também ficou em segundo plano quando viu o sistema de monitoramento de corrosão por hidrogênio nas tubulações da Petrobras. Era feito com IA quando ninguém ouvia falar naquilo.
“Ficou claro para mim que inteligência artificial não seria uma daquelas coisas que você pensa: será que vai dar certo? Era óbvio que seria o futuro”, disse.
Ele largou a engenharia para empreender em IA e abriu a Pareto. A companhia oferece soluções em inteligência artificial generativa e automação em diferentes áreas. Ela tem como clientes gigantes de streaming, como Netflix e Spotify.
“Eu sempre quis empreender mais com produto e menos com serviço. A Pareto sempre foi uma empresa de serviço”, afirma.
Isso fez com que lançasse, no final de 2024, a Tess IA. A ferramenta reúne 250 modelos de inteligência artificial que trabalham de maneira colaborativa. De acordo com a tarefa desejada, o sistema, na teoria, encontra qual IA entrega o melhor resultado. Segundo Barros, já são 2,5 milhões de usuários registrados.
Ranking da G2, site de avaliação de softwares e serviços B2B, colocou a Tess como a sexta melhor IA do mundo. O ChatGPT, da OpenIA, ficou em 10º.
“O futuro da IA é colaborativo. Isso significa inteligências artificiais trabalhando em conjunto. Uma é boa para marketing. Outra é melhor para escrita. Outra para interpretação de texto, por exemplo”, diz.
A Tess IA organizou neste ano o RAIFF, um festival de cinema em que todos os cerca de cem filmes inscritos foram feitos apenas com inteligência artificial.
O próximo passo será um road show em busca de investidores. A ideia é levantar no mercado, em dezembro, entre US$ 6 milhões e US$ 10 milhões (R$ 32,3 milhões a R$ 53,8 milhões).
“IA nunca foi modinha para mim. Sempre quis uma pegada muito inovadora. Eu sei a matemática da coisa. Entendo a tecnologia”, completa.
O que ele sentia jamais ter entendido plenamente eram os poemas de Carolina.
“Às vezes, a poesia pode não ser alcançada por todo mundo. Pode ser difícil. É uma coisa particular. É coisa de cada um. Eu mesma não gostava, antes, da ideia de usar os meus poemas [para fazer música por IA]. Tem isso do poeta, né? Um certo protecionismo daquilo que você escreveu”, afirma a autora.
Foi quando ela estava prestes a dar a luz a Clarice, hoje com um mês, a terceira filha do casal, que Ricardo resolveu tentar. Primeiro com uma música infantil, sem usar textos da mulher, para comemorar o nascimento. Quando viu que ela gostou, foi o sinal para o “nascimento” de Tess Arlow.
Ricardo e Carolina também são pais de Ângelo, 3, e Felipe, de um ano e oito meses.
Isso fez também com que ele se reencontrasse com a música.
“Era uma paixão esquecida que eu trouxe de volta e junto com a IA. E comecei a alcançar nuances e aspectos dos textos da Carol que antes não percebia”, finaliza.
Carolina prepara o lançamento de um novo livro. Terá o título de “Do caos ao céu”. Tess Arlow terá um novo repertório de canções.







