SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Keeta, maior empresa de delivery do mundo, começou a operar no Brasil em fase de testes nesta quinta-feira (30), nas cidades de Santos e São Vicente, litoral Sul de São Paulo. A principal estratégia do aplicativo para atrair clientes é o ressarcimento por pedidos que não foram entregues no horário previsto.
A intenção com o projeto-piloto é mapear o comportamento de consumidores, restaurantes e entregadores com a plataforma. A empresa faz parte do grupo Meituan, chinesa que tem 770 milhões de clientes no mundo, e foi aberta em 2022 para se tornar a representação internacional do grupo.
Os investimentos no Brasil devem chegar a R$ 5,6 bilhões até 2030, e o próximo foco de atuação é a cidade de São Paulo, ainda sem data para receber o app. A intenção é que as operações na capital paulista comecem até o final do ano ou no início de 2026.
Segundo a companhia, em Santos, já são mais de 2.000 motoentregadores cadastrados e mil restaurantes, incluindo redes conhecidas como Sodiê, The Coffee, Seven Kings, Mania de Churrasco, KFC, Jah Açaí, Hey Burger, Chef Rangel, Dona Nice Steakhouse e Bardega Pizzaria.
A principal aposta é na promoção chamada de horário garantido. Ao fazer o pedido, será informada ao consumidor a estimativa de entrega. Se não chegar na hora, haverá uma compensação com base no tempo adicional de espera.
O cliente recebe um cupom adicionado em até 24 horas ao perfil, válido por sete dias, que pode ser usado até três vezes por dia. O valor de cada um deles é de R$ 50.
Para calcular o tempo necessário, assim como as outras empresas, o app utiliza IA (Inteligência Artificial) para otimizar rotas e pedidos, e rastreia 99% das entregas. Será oferecido ainda cupons de boas-vindas de até R$ 100, e descontos de até 60% nos pedidos.
Guerra dos apps
A entrada da chinesa movimentará ainda mais o mercado de delivery brasileiro, que neste ano também contou com o retorno da 99Food, empresa do grupo chinês DiDi. A 99 operou no Brasil de 2019 a 2023, mas decidiu descontinuar os negócios após não obter os resultados esperados. Agora, voltou com novas estratégias.
A tentativa é de adentar em um ramo que cresceu na pandemia e hoje é dominado pelo iFood, que detém, segundo a própria empresa 80% do mercado brasileiro. O iFood anunciou investimentos de R$ 17 bilhões nas operações em 2026 e ampliação no número de pedidos para 1 bilhão por ano dentro dos próximos três anos.
A 99Food dobrou seus investimentos, inicialmente previstos em R$ 1 bilhão, para R$ 2 bilhões até junho de 2026, após o sucesso da retomada do negócio, segundo a empresa.
O colombiano Rappi está investindo R$ 1,4 bilhão na tentativa de trazer para o aplicativo pequenos e médios negócios. Para isso, fechou parceria com a associação de bares e restaurantes e oferece taxa zero para o estabelecimento que se cadastrar.
Na Justiça, a briga entre as empresas tem sido forte. A Keeta conseguiu derrubar a exclusividade da 99Food nos contratos com restaurantes. A associação de resturantes levou denúncia contra o iFood ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) alegando práticas anticompetitivas.
Investigação policial levou a busca e apreensão, no último dia 24, na casa de ex-funcionário do iFood acusado de espionagem corporativa.




