BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma agenda focada no balanço dos dez anos do Acordo de Paris, no Fundo de Florestas, em transição energética e na importância do financiamento e dos oceanos durante a cúpula de líderes que precede a COP30, a conferência sobre mudança climática da ONU (Organização das Nações Unidas).
O evento preparatório, na quinta (6) e sexta (7) da próxima semana, em Belém, reúne o mais alto nível das autoridades mundiais como chefes de Estado e de governo serve para dar uma chancela política para as negociações do evento principal.
No total, 143 nações estarão representadas durante essa cúpula, que prevê receber 57 líderes máximos de seus países, além de 39 ministros.
A organização do evento não detalhou quais nações são esperadas em Belém, mas confirmou que Argentina e Estados Unidos cujos respectivos presidentes Javier Milei e Donald Trump são negacionistas e críticos do ambientalismo, até o momento, não confirmaram presença.
Na quarta-feira (5), estão previstas reuniões bilaterais de Lula com representantes de outros países, mas Itamaraty não informou com quem serão feitas essas agendas.
O presidente brasileiro vai comandar a abertura do evento, na quinta-feira e dali até a sexta-feira, a plenária fica aberta para que cada país faça a sua declaração.
A COP30, por sua vez, ocorrerá de 10 a 21 de novembro na capital paraense.
Como antecipou a Folha de S.Paulo, na tarde da quinta o petista realiza um almoço para tentar mobilizar países a investir no Fundo de Florestas Tripicais (TFFF), mecanismo para remunerar nações que preservem suas vegetações e que é uma das principais apostas do Brasil para a COP.
Durante a cúpula, Lula também presidirá três debates paralelos. O primeiro, na tarde do dia 6, será sobre a importância de florestas e oceanos para o equilíbrio do meio ambiente.
Na manhã de sexta, o presidente lidera uma mesa sobre transição energética e, como encerramento das discussões, realiza uma sessão sobre financiamento climática, metas de redução de emissões de CO2 e os dez anos do Acordo de Paris, assinado em 2015 para o combate ao aquecimento global.
Cada um desses eventos paralelos deve ter cerca de 40 países, e ainda não está definido quem participará.
Segundo embaixador Maurício Lyrio, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, afirmou que não deve haver uma mensagem final dos países após a cúpula, mas que o Brasil negocia a adesão de alguns países em acordos temáticos específicos.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que é importante o evento passar “uma mensagem dos nossos chefes de Estado para os temas que com certeza são as razões da mudança do clima”.
Ela defende que os líderes globais atuem para incentivar as energias renováveis e defendam o “fim mesmo do uso de combustíveis fósseis e o fim do desmatamento”.




