SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – William Bonner apresentará a sua última edição do Jornal Nacional nesta sexta-feira (31), após 29 anos como rosto principal do telejornal mais importante do país. Na segunda-feira, César Tralli assumirá o seu posto.
A última edição de Bonner deve começar ao vivo por volta das 20h30, depois da novela “Dona de Mim”. Ele e Renata Vasconcellos recebem Tralli ao fim do programa para homenagens e retrospectivas.
Em fevereiro do ano que vem, Bonner, 61, estará no Globo Repórter com Sandra Annenberg. Nascido em São Paulo, ele estudou comunicação social na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, com foco em publicidade em propaganda. Começou como redator publicitário, mas logo enveredou para o jornalismo, trabalhando em 1985, na TV Bandeirantes. Ali passou a apresentar o Jornal de Amanhã em rede nacional.
Um ano depois, Bonner foi para a TV Globo, onde passou a apresentar o SPTV. Em 1996, recebeu o convite para apresentar o Jornal Nacional.
Ao site Memória Globo, ele contou sobre o convite feito por telefone pelo diretor de jornalismo da época, Evandro Carlos de Andrade, que pediu sigilo.
“Eu falei: ok, Evandro, [o segredo] só não vale para a Fátima [Bernardes], não é?'”, disse Bonner, referindo-se à jornalista, com quem foi casado de 1990 a 2016. Dividiram a bancada de 1998 a 2011. “Mas ele disse que não podia contar nem para a Fátima. Aí fiquei nervoso. Depois, ele me ligou de novo e disse que tinha reavaliado algumas coisas e que eu podia contar para a Fátima”, afirmou.
De 1996 até este ano, foram mais de dez mil edições do Jornal Nacional. Bonner informou sobre sete Copas do Mundo, três conclaves papais, sete eleições presidenciais no Brasil e sete nos Estados Unidos. Ele também deu algumas das notícias que mudaram o rumo social no mundo, como o atentado terrorista do 11 de Setembro ou, mais recentemente, o início da pandemia de Covid-19.
O apresentador também acompanhou as mudanças do jornalismo. “Acabou uma coisa chamada deadline”, disse ele, no “Conversa com Bial” em abril deste ano. “O deadline é uma ideia segundo a qual, num certo momento do dia, a edição de um jornal ou telejornal está fechada. Depois daquilo, não entra mais naquela edição porque não vai mais dar tempo. Isso acabou.”
Bonner também falou sobre a nova obrigação dos jornalistas, desmentir notícias falsas. “Nossa tarefa sempre foi resumir o que tinha acontecido no Brasil e no mundo. Hoje essa tarefa não faz muito sentido porque no fim do dia todo mundo já viu telinha iluminadas. Entrou um ingrediente a mais que é desmentir o que circulou ao longo do dia.”






