Da Redação
A menos de doze meses da disputa pelo governo de Goiás, a maioria dos eleitores do estado ainda não associa nomes ou notícias aos principais pré-candidatos. É o que mostra um levantamento da Grupom Consultoria, divulgado nesta quinta-feira (30), que ouviu 2.483 pessoas em 125 municípios entre abril e setembro deste ano.
O resultado aponta um cenário de baixa visibilidade política e de comunicação ineficaz por parte dos postulantes ao Palácio das Esmeraldas. Segundo o diretor da consultoria, Mário Rodrigues Neto, a maioria das campanhas pré-eleitorais “fala para dentro” — reforçando discursos internos, mas sem alcançar o cidadão comum.
“O eleitor quer ouvir quem fala sobre os seus problemas do dia a dia, não quem apenas aparece em redes sociais ou eventos políticos”, afirmou Mário.
Candidatos pouco lembrados
A pesquisa mostra que, mesmo após seis meses de coleta, os índices de lembrança dos candidatos mudaram pouco. Em Goiânia, por exemplo, a falta de informação é ainda mais evidente — o desconhecimento sobre os nomes analisados chega a ultrapassar 80% em alguns casos.
Entre os pré-candidatos, Marconi Perillo é o mais conhecido, com 29,9% dos eleitores afirmando não lembrar de notícias sobre ele. Já Daniel Vilela segue estável, com cerca de 47,7% sem recordação de informações a seu respeito. O destaque é Wilder Morais, que conseguiu reduzir seu índice de desconhecimento de 67,4% em julho para 53,8% em setembro, embora ainda permaneça com baixa exposição.
Interior mais atento que a capital
O levantamento também revela um contraste curioso: o interior do estado demonstra maior interesse e lembrança sobre política do que Goiânia — mesmo concentrando menos veículos de comunicação.
No caso de Wilder Morais, por exemplo, 82,4% dos eleitores da capital afirmaram nunca ter visto uma notícia sobre ele, enquanto no interior esse número cai para 66,7%.
A análise sugere que a comunicação local e regional tem sido mais eficaz em atingir o público do que as ações de maior alcance, centralizadas na capital.
Redes sociais dominam a informação política
Quando perguntados sobre onde buscam notícias políticas, os goianos apontaram as redes sociais como principal fonte, com 69,5% das menções. Em seguida vêm os portais de notícias (59,9%), a televisão (46,4%) e o rádio (20,5%).
Os dados confirmam a mudança no consumo de informação: o ambiente digital se tornou o principal campo de disputa eleitoral, exigindo que os candidatos compreendam sua dinâmica — marcada por velocidade, fragmentação e necessidade de engajamento.
Falta de conexão com o eleitor
Para o consultor Mário Rodrigues Neto, os números deixam um alerta.
“O eleitor não se conecta com quem fala em linguagem de político. Ele quer clareza, empatia e conteúdo que faça sentido para a sua vida. Falta narrativa, não presença”, explicou.
Com o aumento da importância das redes e o baixo interesse do público, o desafio para os pré-candidatos será sair da bolha e reconstruir pontes com o eleitorado. Do contrário, a corrida pelo governo de Goiás pode começar com boa parte da população sem saber quem realmente está na disputa.









