Da Redação
Dez anos após a histórica Marcha Nacional das Mulheres Negras, que reuniu mais de 100 mil pessoas em Brasília, a capital goiana se prepara para um novo capítulo dessa trajetória. Nesta sexta-feira (31), o plenário da Câmara Municipal de Goiânia recebe, às 13h, uma audiência pública em homenagem ao movimento. O evento, organizado pelo Comitê Impulsor da Marcha de Goiás, pretende revisitar as conquistas das lideranças que protagonizaram o ato de 2015 e fortalecer as discussões em torno da pauta de Reparação e Bem Viver, eixo central da próxima marcha nacional, marcada para 2025.
A mobilização de uma década atrás marcou a história do país ao reunir mulheres negras de todas as regiões para denunciar o racismo estrutural, a violência de gênero e as desigualdades sociais. Na ocasião, elas ocuparam a Esplanada dos Ministérios com reivindicações que iam do direito à vida e à moradia até o acesso à educação, cultura, justiça e trabalho digno.
Neste ano, a segunda edição da marcha retorna a Brasília no dia 25 de novembro, coincidindo com o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. O objetivo é reafirmar um projeto político de país baseado na igualdade racial, justiça social, autonomia e reconhecimento das mulheres negras como protagonistas da transformação social.
A iniciativa também dialoga com compromissos internacionais firmados pelo Brasil, como a Convenção da ONU sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, especialmente os de número 5 (Igualdade de Gênero) e 10 (Redução das Desigualdades).
A audiência em Goiânia integra o processo de mobilização nacional que envolve comitês estaduais, municipais e regionais formados por mulheres de diferentes origens e vivências — quilombolas, ribeirinhas, urbanas, periféricas, acadêmicas, artistas e trabalhadoras.
Para as organizadoras, o encontro simboliza resistência e continuidade. “A história iniciada em 2015 não terminou. Ela se renova em cada mulher que levanta sua voz por reparação, justiça e bem viver”, destaca o Comitê de Goiás.









