Da Redação
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), esteve nesta quinta-feira (30) no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, onde se reuniu com outros líderes estaduais para discutir ações conjuntas contra o crime organizado. O encontro foi convocado pelo governador Cláudio Castro (PL) após a megaoperação policial que deixou mais de 100 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio.
Durante a reunião, Caiado destacou que a segurança pública deve ser tratada como prioridade nacional e afirmou que o tema está diretamente ligado à estabilidade de qualquer governo. “Segurança é governabilidade. Quando o Estado garante paz e ordem, tudo o mais funciona”, declarou.
O governador goiano classificou as ações do Comando Vermelho como atos de “terrorismo” e criticou o que chamou de omissão do governo federal diante da escalada da violência. “O que estamos enfrentando não é crime comum. É terrorismo. E a União precisa assumir sua responsabilidade”, afirmou.
Caiado também se posicionou contra a PEC da Segurança, proposta que, segundo ele, tenta concentrar o poder de decisão em Brasília e reduzir a autonomia dos estados. “Não podemos permitir que tirem de nós o poder de agir. Cada estado conhece sua realidade e deve ter liberdade para enfrentá-la”, pontuou.
Ao lado dos governadores Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Eduardo Riedel (MS) e Tarcísio de Freitas (SP) — este último por videoconferência —, além da vice-governadora do DF, Celina Leão, Caiado defendeu que o combate ao crime precisa estar acima de disputas partidárias. “Não se trata de política. O que a população quer é segurança e honestidade. Esses são os verdadeiros pilares da confiança pública”, disse.
Resultados em Goiás e modelo prisional
Durante o encontro, Caiado apresentou o modelo de segurança pública adotado em Goiás desde 2019, com foco em inteligência policial, integração das forças e controle dos presídios. Segundo ele, o fortalecimento do sistema penitenciário foi decisivo para enfraquecer facções.
“Tomamos o controle total das penitenciárias. Faccionado não tem mais regalia, nem visita íntima. Quando o Estado assume o comando, o crime recua. Goiás não registra sequestros, novos cangaços nem invasões de terra há anos”, ressaltou.
Criação do Consórcio da Paz
Como resultado da reunião, os governadores anunciaram o “Consórcio da Paz”, uma aliança interestadual voltada ao enfrentamento do crime organizado. O projeto prevê o compartilhamento de informações de inteligência, recursos e apoio operacional entre as forças de segurança.
“O objetivo é agir com rapidez e integração. Se um estado precisar, todos os outros poderão ajudar imediatamente”, explicou Caiado. Cláudio Castro complementou: “Esse consórcio é um pacto pela paz. Vamos mostrar que o crime não tem fronteiras — e a nossa resposta também não terá”.
Com o novo acordo, os governadores pretendem formar uma frente unificada contra as facções criminosas, fortalecendo a cooperação regional e reduzindo a dependência de medidas federais.









