SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou vídeo na quinta-feira (30) em que uma pessoa usa um fuzil para atirar em garrafas de vidro enfileiradas em um banco de areia.

Segundo a polícia, trata-se de um treinamento de novos integrantes do Comando Vermelho para aprender a usar fuzis.

“Narcoterroristas que treinavam para matar. Eles treinavam novos membros do Comando Vermelho para matar policiais durante as operações, para causar caos nas ruas, parar ações policiais e colocar em risco a sua vida, morador de bem”, traz trecho do material publicado em redes sociais.

De acordo com a publicação, os criminosos agora “posam de vítimas”. “Não iremos recuar”, afirma.

A publicação foi feita dois dias depois de a polícia realizar a Operação Contenção contra o Comando Vermelho, que se tornou a ação policial mais letal da história brasileira, com mais de 120 mortos.

A operação tinha como objetivo prender membros do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.

A ação e a resposta do Comando Vermelho —que usou armamento pesado e ordenou o fechamento de vias— deixou diversas regiões da segunda maior cidade do país com um cenário de guerra, com caos nas ruas, tiroteios e veículos queimados.

Suspeitos de integrar o Comando Vermelho chegaram a usar drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população da Penha, para atrasar o avanço das forças de segurança durante a manhã desta terça.

A invasão nas comunidades foi considerada um “sucesso” pelo governador Cláudio Castro (PL), que, na manhã de quarta-feira (29), fez um balanço e afirmou que o episódio deixou apenas quatro vítimas, em referência aos policiais que morreram durante o confronto.

A megaoperação policial tinha como objetivo cumprir 70 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho em 180 endereços. Segundo o governo estadual 113 pessoas foram presas na ação, mas não divulgou quantos mandados foram cumpridos. Além disso, os agentes apreenderam mais de cem fuzis que eram usados pela facção.

A operação, no entanto, não conseguiu prender Edgar Alves de Andrade, o Doca, principal líder da facção, que segue foragido.

Ele era o principal alvo da operação e já tinha mandado de prisão preventiva expedido antes da ação.

Segundo Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio, Doca usou traficantes para fazer uma barreira e escapar. O Disque Denúncia do Rio oferece R$ 100 mil para quem tiver informações sobre ele.