SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo terminou na noite desta quinta (30) e premiou o filme “The President’s Cake” com o troféu máximo do júri. No longa iraquiano, uma menina de nove anos precisa produzir um bolo em homenagem ao presidente do Iraque. Ela parte em uma jornada para reunir os ingredientes necessários.
O prêmio especial do júri, por sua vez, foi para “DJ Ahmet”, ambientado na Macedônia do Norte. A produção conta a história de Ahmet, menino de 15 anos que vive em uma aldeia afastada e enfrenta as pressões impostas por seu pai ao se apaixonar pela música.
Os jurados ainda premiaram a atriz Doha Ramadan por seu papel no egípcio “Feliz Aniversário”, sobre uma empregada doméstica que batalha para organizar uma festa para a filha de sua patroa, e dedicaram uma menção honrosa ao filme “A Luta”, produção da Espanha e da Colômbia que narra as tentativas de um pai e sua filha em superar a morte recente da esposa e mãe.
Em relação aos prêmios do público, por sua vez, “Criadas” e “Cadernos Negros” foram escolhidos como melhor filme de ficção brasileiro e melhor documentário brasileiro. O primeiro segue a história de duas primas, uma negra de pele escura, a outra negra de pele clara, que revisitam sequelas deixadas pela diferença em suas criações. O segundo acompanha o surgimento da série literária homônima que foi criada em 1978 pelo Movimento Negro Unificado (MNU), inspirado na autora Carolina Maria de Jesus.
Entre os filmes internacionais, o documentário vencedor foi “Yanuni”, coprodução entre o Brasil, a Áustria, os Estados Unidos, o Canadá e a Alemanha que retrata Juma Xipaia, forte liderança indígena da Amazônia brasileira. No universo da ficção, o favorito do público foi “Palestina 36”, aposta da Palestina para o Oscar 2026 que recria 1936 e as tensões da população palestina na batalha contra o domínio colonial britânico.
Já o nacional “A Natureza das Coisas Invisíveis” e a aposta da Inglaterra ao Oscar, “A Sombra do Meu Pai”, foram os escolhidos pelo júri da crítica da Mostra. Ao primeiro, sobre a amizade entre duas meninas que se conhecem em um hospital, também foi concedido o troféu Prisma Queer de melhor filme brasileiro. Ao segundo, narrativa nigeriana sobre dois meninos e seu pai que passeiam horas antes do golpe de 1993 que manteve os militares no poder, também foi concedido o prêmio Brada de melhor direção de arte.
O Prisma Queer também premiou “Queerpanorama”, coprodução dos Estados Unidos, Hong Kong e China sobre um homem gay que emula a personalidade de pessoas com quem já fez sexo, e concedeu um prêmio especial a “Morte e Vida Madalena”. O longa de Guto Parente acompanha a personagem-título, uma produtora de cinema que precisa enfrentar a morte do pai, uma gravidez de 8 meses e a desastrosa realização de seu novo filme.
O prêmio Abraccine de cinema brasileiro, por sua vez, e escolhido por outro grupo de críticos, elegeu “O Pai e o Pajé”. Dirigido por Iawarete Kaiabi, o documentário investiga a perda de raízes indígenas diante da submissão ao cristianismo e outras injustiças históricas.
Finalmente, o prêmio Netflix, que garante a um título brasileiro a sua distribuição no streaming, foi concedido a “Virtuosas”, filme sobre um retiro VIP para mulheres que buscam melhorar suas personalidades, e o prêmio Projeto Paradiso, que concede R$ 25 mil para auxiliar a distribuição do longa premiado, escolheu a animação “Coração das Trevas”, sobre a procura de um agente policial lendário.
Após a cerimônia de premiação foi exibido o filme “Jay Kelly”, novo longa de Noah Baumbach, estrelado por George Clooney, e distribuído pela Netflix. A grande maioria dos filmes premiados ganham sessões na repescagem da Mostra, que vai dessa sexta-feira (31) ao dia 5 de novembro e já conta com ingressos à venda.






