RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, criticou o governo Lula e o projeto antifacção elaborado pelo Ministério da Justiça.
“O governo federal não tem capacidade ideológica de realizar aquilo que é necessário para combater de forma efetiva o crime organizado no Brasil”, disse durante agenda no Rio de Janeiro.
A crítica acontece no dia seguinte a um acordo selado entre o ministro Ricardo Lewandoski e o governador Cláudio Castro (PL) para criação de um escritório emergencial contra o crime.
O acordo foi firmado após a Operação Contenção, que resultou em 121 mortes na terça-feira (28), segundo contagem oficial.
A declaração foi dada em entrevista coletiva nesta quinta-feira (30). Bilynskyj também afirmou que o projeto antifacção é “aspirina contra câncer”.
“Não tem capacidade de resolver o problema, porque traz somente medidas processuais, pouquíssimas medidas penais. Não trata o crime organizado como deveria, não trata de uma forma integrada e grave, como deveria.”
O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, foi designado para ser o representante do governo no escritório em parceria com o governo federal. Presente na entrevista, ele não se manifestou.
O deputado seguiu com as críticas sobre o silêncio do presidente da República.
“Ele se restringe e silencia no momento em que deveria criticar, agir e tomar providências. E eu destaco aqui: todos esses criminosos que foram mortos na operação votam, e o voto deles vale exatamente a mesma coisa que o seu e o meu. Obviamente, eles votam em candidatos diferentes”, disse.
Nesta quarta-feira (29), o presidente Lula (PT) se manifestou pela primeira vez sobre a operação policial, via rede social. “Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”, escreveu.
Em coro com Bilynskyj, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) criticou a ausência do presidente no Rio nesta semana
“Se ele [Lula] tivesse o mínimo de cuidado e preocupação com a segurança pública, ele deveria ter estado aqui ontem ao lado do governador Cláudio Castro, no máximo hoje, para mostrar solidariedade do governo federal e união de esforços para enfrentamento ao crime organizado.”






