PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – As dores nas costas que incomodaram João Fonseca nos últimos dias levaram o tenista brasileiro a anunciar que não jogará mais na temporada. Mas seu objetivo para 2025 uma vaga entre os 32 cabeças-de-chave do Aberto da Austrália provavelmente foi alcançado. Isso se deve à pontuação acumulada até agora pelo “novo João”, mais maduro, como ele mesmo se definiu na quarta-feira (29).
“Cara, como eu já disse diversas vezes, jogadores vão sentir desconfortos, mas tem que saber lidar com isso. Hoje eu me senti bem melhor, tanto que não chamei físio. Mas, enfim, vai acontecer desconforto em algum momento”, disse o jovem de 19 anos à Folha de S.Paulo logo após a derrota para o russo Karen Khachanov (6/1, 3/6 e 6/3).
Durante a partida da véspera, vitória sobre o canadense Denis Shapovalov, o brasileiro pediu massagem nas costas.
Depois de Paris, ele deveria disputar o novo torneio de Atenas, mas seu estafe confirmou nesta quinta (30) que ele não jogará mais nesta temporada devido a uma lombalgia. A temporada 2026 começa na segunda quinzena de dezembro.
Após a eliminação, João Fonseca não estava com cabeça para fazer contas sobre o ranking. “A gente não chega a fazer conta, não. É jogando semana após semana e vamos lá. Quando a gente chegar lá, a gente vai ver.” Mas, com os 50 pontos conquistados no Masters 1000 de Paris, deve pular do 28º para algo entre o 24º e o 26º lugar, com 1.665 pontos.
Mesmo perdendo pontos por não jogar, ele chegará ao Aberto da Austrália, em janeiro, com no mínimo 1.510 pontos. Uma análise de quanto tinha o 32º e último cabeça-de-chave nos últimos anos mostra que deve ser o suficiente para cumprir a meta anunciada em junho. Em 2024, foram necessários 1.337 pontos; este ano, 1.512. O atual número 32, o francês Corentin Moutet, está com 1.473 pontos.
Ser cabeça-de-chave é bom porque, em tese, aumenta a probabilidade de enfrentar adversários mais fracos nas primeiras rodadas do Grand Slam.
O ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) leva em conta os pontos conquistados nas 52 semanas anteriores. Sem jogar, Fonseca perderá 155 pontos até janeiro. Pode manter parte deles se disputar em dezembro o torneio de Canberra, já na fase preparatória para o Aberto da Austrália ano passado, ele foi campeão, ganhando com isso 125 pontos.
Apesar da derrota para Khachanov, Fonseca viveu em Paris e na semana anterior, na Basileia (Suíça), onde foi campeão, aquele que talvez tenha sido o melhor momento de sua precoce carreira profissional.
“É um novo João, muito mais maduro, conseguindo muito mais entender a forma de jogar o tênis, nesse nível, em que momento fazer as bolas que eu gosto de fazer, e em quais momentos ser mais sólido, fazer o cara jogar, fazer o cara pensar um pouco mais. Então, é um conceito de um jogador muito mais evoluído”, analisou o próprio Fonseca.






