Da Redação
O PSD em Goiás atravessa uma fase de reestruturação marcada por divergências internas e um desempenho eleitoral considerado aquém do esperado. Apesar de o partido ter conquistado 885 prefeituras em todo o país, superando o MDB, em território goiano a legenda elegeu apenas três prefeitos em 2024 — resultado que acendeu um alerta entre seus dirigentes.
Aliados do presidente estadual, Vanderlan Cardoso, defendem que o resultado não reflete o trabalho de reorganização iniciado desde que o senador assumiu o comando da sigla. “Quando Vanderlan chegou, havia cerca de 25 comissões provisórias. Agora, são mais de 170 diretórios ativos, fruto de um esforço de fortalecimento interno”, explicou um dirigente próximo ao senador.
A estratégia, segundo aliados, é formar chapas competitivas para a disputa de vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, além de apresentar um nome ao Senado. Entre os cotados estão o próprio Vanderlan e Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e recém-filiado ao PSD.
Rumos para 2026
Com o foco voltado para as eleições de 2026, o partido busca um espaço de protagonismo no cenário estadual. A tendência é de aproximação com o MDB de Daniel Vilela, vice-governador e pré-candidato ao governo. “Vanderlan vai ouvir o partido antes de qualquer decisão. A aliança com Daniel é o caminho natural, mas nada está fechado”, afirma uma fonte da legenda.
Em relação a uma eventual candidatura presidencial de Ronaldo Caiado (UB), o PSD goiano pode seguir a mesma linha de entendimento. O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, vê com bons olhos uma composição que una Caiado e Daniel em um mesmo projeto político.
Tensões internas
A tentativa de reerguer o PSD, no entanto, enfrenta divisões internas. Gustavo Mendanha já sinalizou que pode deixar o partido caso haja uma aproximação com o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). “Se houver qualquer movimento nessa direção, repensarei minha permanência”, afirmou Mendanha.
Por outro lado, aliados de Marconi garantem que o tucano segue firme em seu projeto no PSDB e não planeja se filiar ao PSD.
Outros nomes expressivos também demonstram distanciamento. O presidente da Codego, Francisco Jr., disse que há anos não participa das atividades partidárias. “Estou focado na Codego. Em 2026, vou avaliar se continuo no PSD, dependendo do rumo que o partido tomar”, declarou.
O deputado federal Ismael Alexandrino também pode mudar de legenda antes da eleição, enquanto o ex-deputado Vilmar Rocha, fundador do PSD goiano, mantém-se afastado por compromissos acadêmicos.
Entre incertezas e reconstrução
Apesar das divergências, aliados de Vanderlan acreditam que o partido vive um processo de reconstrução gradual. O crescimento das comissões municipais é apontado como sinal de fortalecimento.







