Da Redação

O ex-presidente americano Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (29) que ordenou ao Departamento de Defesa o reinício imediato dos testes com armas nucleares — uma prática interrompida há mais de três décadas. A medida, segundo ele, é uma resposta direta aos programas de testes conduzidos por potências como Rússia e China.

“Determinei que nossos testes nucleares sejam retomados em igualdade de condições com outros países”, declarou Trump em sua rede social Truth Social, poucas horas antes de um encontro com o líder chinês Xi Jinping, na Coreia do Sul.

O republicano afirmou que os Estados Unidos continuam sendo “a maior potência nuclear do planeta”, resultado de uma “completa modernização” do arsenal durante seu primeiro mandato. “Detestei tomar essa decisão, mas não havia alternativa”, escreveu.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou o sucesso do teste do torpedo nuclear Poseidon, conhecido como o “torpedo do Juízo Final” por seu potencial destrutivo. Putin também havia exibido recentemente novos mísseis de cruzeiro e conduzido exercícios com foco em ataques nucleares, em uma demonstração de força que ampliou o clima de tensão global.

Trump criticou o líder russo, chamando os testes de “imprudentes” e afirmando que Moscou deveria se concentrar em encerrar seus conflitos regionais “em vez de brincar com o fim do mundo”.

O movimento reacende o debate sobre a corrida armamentista entre as principais potências militares. Especialistas alertam que a retomada dos testes pode desestabilizar acordos de não proliferação e marcar o fim simbólico da era de contenção nuclear iniciada em 1992, quando os EUA realizaram sua última explosão experimental.

Além da questão militar, a decisão de Trump ocorre em meio às negociações comerciais com a China, pauta central de sua reunião com Xi Jinping. O gesto é visto por analistas como um recado político — tanto aos rivais estrangeiros quanto ao eleitorado americano — de que os Estados Unidos pretendem reafirmar sua superioridade estratégica no cenário global.