BUSAN, COREIA DO SUL(FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (30) que voltaria a conversar com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e que não conseguiu agendar o encontro neste giro pela Ásia porque estava “muito ocupado”.
“Nós nunca conseguimos conversar porque eu estava muito ocupado”, afirma. “Então, eu voltaria a conversar com relação a Kim Jong-un. Eu voltaria.”
A fala ocorreu em conversa com repórteres a bordo do avião presidencial americano, o Air Force One, logo após o presidente embarcar de volta a Washington depois de um giro pela Ásia.
Trump estava na Coreia do Sul para participar da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) e para se encontrar com o líder do regime chinês, Xi Jinping, para discutir as tensões comerciais que cercam os dois países, entre elas as tarifas sobre produtos chineses.
O americano disse ainda que se dá bem com o norte-coreano e que, se não tivesse ganhado a eleição presidencial de 2016, quando derrotou Hillary Clinton, provavelmente teria havido uma guerra entre os dois países.
“Eu tive uma ótima relação com Kim Jong-un. Acho que, se eu não tivesse sido eleito, se Hillary Clinton tivesse vencido na época Ele não gosta dela, ele não gosta de muitas pessoas além de mim, para falar a verdade. Acho que teria havido uma grande guerra”, declarou.
Não é o primeiro aceno que o presidente americano faz ao ditador norte-coreano. Trump repetiu algumas vezes que gostaria de encontrar Kim antes do fim do ano. A condição do ditador para que o encontro aconteça, segundo a agência estatal KCNA, é que os EUA abandonem “a sua busca absurda por desnuclearização”. Nesse caso, Kim não veria razão para que não ocorra uma conversa “cara a cara”.
Washington tem pressionado a Coreia do Norte pela desnuclearização total, o que significa abrir mão da posse e da fabricação de armas nucleares. Segundo a agência de notícias Reuters, uma declaração oficial da Casa Branca afirma que esse segue sendo o principal objetivo de Trump, que permaneceria aberto ao diálogo com Kim para esta finalidade.
O ditador, porém, está longe de ir neste sentido. No desfile militar para a comemoração dos 80 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, Kim apresentou atualizações de suas armas nucleares, o que incluía a coluna de mísseis intercontinentais Hwasongpho-20, descrita pela KCNA como “o sistema de armas nucleares estratégicas mais poderoso” do país.
Segundo o projeto 38North, do Stimson Center, que realiza análises sobre o país asiático, mesmo versões anteriores já tinham poder intercontinental, com capacidade de atingir os EUA. O novo armamento teria, então, capacidade de carga ampliada, ou seja, poderia acomodar múltiplas ogivas.




