SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Não são peças básicas, do tipo que se encontra na loja da esquina, nem absurdas a ponto de você escolher uma ocasião exata para vestir. É entre um extremo e outro, nesta junção de usabilidade e design, que está a coleção desenhada por Glenn Martens para a H&M 55 peças, entre roupas e acessórios, a serem lançados nesta quinta-feira no site e nas lojas da varejista, incluindo o Brasil, onde será vendida no shopping Iguatemi, em São Paulo.
“Sempre me interesso pelas roupas que realmente usamos no dia a dia, e a ideia de arquétipos e clássicos do guarda-roupa foi o ponto de partida para este projeto”, afirma o designer belga, um dos nomes mais quentes da moda agora, em um comunicado.
Nos últimos anos, Martens revitalizou a Diesel, tirando a marca de jeans da irrelevância e fazendo com que ela se tornasse desejada novamente. Há dez meses, assumiu a direção criativa da Maison Margiela a primeira coleção que desenhou para a casa foi apresentada na Semana de Moda de Paris. Além disso, o estilista anunciou que estava de saída do comando da marca cult Y-Project depois de 11 anos.
Pelas diferenças de proposta nas etiquetas em que atua, Martens cria roupas admiradas tanto por quem quer só algo mais bacana do que o básico quanto por quem está atrás de um design mais ousado, o que torna a sua colaboração com a varejista sueca um momento esperado na indústria da moda.
Os preços são de fast fashion, começando em R$ 169,90 para um conjunto de cinco pares de meia e chegando a R$ 1.899 para uma jaqueta bomber com arame no forro que a deixa maleável valores bem mais em conta do que as outras marcas com a assinatura do designer.
Peças com armações internas que permitem que sejam moldadas e mudem de forma, como bolsas, casacos de inverno e camisas de flanela, são os destaques da coleção. Moletons e camisetas vêm com aspecto gasto uma característica da Diesel e obsessão atual da moda, calças jeans têm grandes babados abaixo dos joelhos e vestidos são segurados nos ombros por alças de discretos fios de náilon.
Segundo a assessoria de imprensa da H&M, há uma “quantidade boa” das peças de Martens em estoque no Brasil e os itens não serão repostos quando esgotarem. Os calçados da coleção, no entanto, não serão comercializados no país.
Com a coleção, a H&M tenta se posicionar como uma marca de moda para além do fast fashion, atitude tomada há tempos por concorrentes como a rede Uniqlo, que lança periodicamente produtos assinados pelo designer JW Anderson, atualmente na Dior, e pela dupla fundadora da Lemaire, uma grife francesa de design minimalista.
Para o consumidor, o apelo deste tipo de coleção é pagar menos para ter no armário peças pensadas por estilistas de renome, que cobram pequenas fortunas pelas roupas que lançam com a etiqueta de suas marcas principais. Antes de Martens, há mais de 20 anos, a H&M lançou uma seleção de peças em colaboração com Karl Lagerfeld, um dos principais estilistas das últimas décadas, responsável por atualizar a Chanel para o século 21.




