PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Cinco novos suspeitos de participação no roubo das joias do Museu do Louvre foram presos na noite de quarta (29), em Paris e na periferia da capital francesa. O anúncio das prisões foi feito na manhã desta quinta (30) pela procuradora encarregada do caso, Laure Beccuau, em entrevista à rádio RTL.

Apesar das prisões, as joias ainda não foram recuperadas, segundo ela.

Ao todo, já são sete presos, o que indica uma operação com outros envolvidos além dos quatro criminosos vistos no roubo cometido no dia 19.

No sábado (25), já haviam sido detidos dois homens, que, segundo a polícia, foram os que entraram na Galeria de Apolo por uma janela e levaram as joias da coroa francesa.

Entre os cinco presos desta quarta, um foi identificado graças a traços de DNA deixados na cena do crime, afirmou Beccuau. Isso significa que ele era um dos quatro participantes do roubo do dia 19.

Horas antes das novas prisões, Laure Beccuau havia divulgado detalhes da investigação.

“Ainda guardo a esperança de que as joias possam ser encontradas e devolvidas ao Louvre e à nação. Quem comprá-las será culpado de receptação. Ainda está em tempo para restituí-las”, afirmou Beccuau. Foram levadas nove joias da coroa francesa, das quais só uma foi recuperada, a coroa da imperatriz Eugênia, abandonada perto do local do crime.

Os dois suspeitos presos no sábado moram em Aubervilliers, cidade da periferia norte de Paris, e foram acusados formalmente de roubo e conspiração para prática de crime, segundo a Procuradoria de Paris. Podem pegar até 15 anos de prisão pelo roubo.

Um deles, argelino, 34, mora na França desde 2010. Foi preso às 20h de sábado no aeroporto internacional Charles de Gaulle, com uma passagem só de ida para a Argélia. Trabalhou como lixeiro e entregador, mas estava desempregado. Tinha condenações por roubo e infrações de trânsito. Foi pego graças ao DNA colhido em uma das scooters usadas na fuga.

O outro, 39, foi preso perto da própria residência. Trabalhava como motorista de táxi clandestino e entregador. Tem duas condenações por roubo, em 2008 e 2014. Em um deles, assaltou um caixa eletrônico usando um automóvel para arrombar o equipamento. Deixou traços de DNA em uma das vitrines e em objetos abandonados na fuga, o que permitiu identificá-lo.

Ainda segundo a procuradora, não há indício de cumplicidade dentro do museu.

Um trabalho “minucioso e monumental” de análise de câmeras de segurança do Louvre e da cidade foi realizado pelos investigadores. Isso permitiu reconstituir o percurso antes do roubo —os quatro marcaram um ponto de encontro e pegaram a camionete com a plataforma usada para invadir o museu e as duas scooters. Deixaram o museu em direção ao leste de Paris e abandonaram as scooters, trocando-as por outro veículo.