BUSAN, COREIA DO SUL (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que conversou com o líder da China, Xi Jinping, sobre como os países podem ajudar na guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de três anos.
“A Ucrânia surgiu de forma muito enfática [no encontro]. Conversamos sobre isso por um bom tempo. E nós dois vamos trabalhar juntos para ver se conseguimos fazer algo. Concordamos que os lados estão travados e lutando”, disse.
O americano afirmou ainda que a guerra não custa nada aos EUA, pelo contrário, gera lucro, mas um lucro que não o interessaria.
“Mas, você sabe, nós enviamos armas para a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte, em português]. Eles compram pelo preço cheio. Eles compram as armas, eles as entregam para quem quiserem. Mas acho que, em grande parte, elas acabam indo para a Ucrânia. E nós discutimos isso”, afirmou Trump.
“Vamos trabalhar juntos para tentar resolver a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.”
O americano não detalhou como Xi teria respondido às suas declarações.
A fala ocorreu em conversa com repórteres a bordo do avião presidencial americano, o Air Force One, logo após o presidente embarcar rumo a Washington.
Trump estava na Coreia do Sul para participar da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em português) e para se encontrar com Xi para discutir as tensões comerciais que cercam os dois países, entre elas as tarifas sobre produtos chineses.
Trump tem agido para negociar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Em sua passagem por Doha, no Qatar, parte do roteiro da viagem que fez pela Ásia na última semana, o presidente americano afirmou a repórteres que não se encontrará com Putin até que haja um acordo de paz estabelecido.
A imposição de sanções pelos EUA é outro fator que dificulta a comunicação entre os líderes. Dias antes, a Rússia criticou as sanções com relação ao seu setor petrolífero. O presidente russo, por sua vez, afirmou que não cederá à pressão dos americanos.
Já a China mantém discurso de neutralidade, afirmando que sua posição é “objetiva e imparcial”, mas sofre críticas por ter na Rússia uma aliada histórica.
Em agosto, ao ser questionado sobre um ataque russo que matou cerca de 20 pessoas em Kiev, o porta-voz Guo Jiakun afirmou que o diálogo e a negociação são as vias de resolução do conflito e defendeu a não escalada, sem condenar os ataques russos.
O país publicou em 2023 um posicionamento oficial em que pedia a retomada das negociações de paz, o fim das sanções unilaterais e a proteção de civis e prisioneiros de guerra, entre outras resoluções.
No ano passado, China e Brasil assinaram um consenso com seis pontos propondo uma solução política para a guerra, reiterando a necessidade de diálogo e negociação, pedindo esforços para aumentar a assistência humanitária e condenando o uso de armas de destruição em massa, por exemplo.




