BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) falou em “trabalho coordenado” contra o tráfico de drogas ao comentar, pela primeira vez, a operação policial que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro. A manifestação do presidente foi feita via rede social na noite desta quarta-feira (29).
“Me reuni hoje pela manhã com ministros do meu governo e determinei ao ministro da Justiça e ao diretor-geral da Polícia Federal que fossem ao Rio para encontro com o governador. Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”, escreveu no X (antigo Twitter).
“Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco. Foi exatamente o que fizemos em agosto na maior operação contra o crime organizado da história do país, que chegou ao coração financeiro de uma grande quadrilha envolvida em venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro”, diz ainda a publicação.
O petista usou a a manifestação para pedir a aprovação da PEC da Segurança, como já vinha sendo feito por seus ministros em declarações públicas.
Mais cedo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, falou a jornalistas, após reunião com Lula e demais membros da Esplanada, que o presidente havia ficado “estarrecido” quando soube do número de mortos pela operação.
O chefe do Executivo passou mais de 15 horas incomunicável quando o episódio ocorreu. Ele retornava de viagem oficial à Ásia, e só tomou contato com a situação ao chegar no Brasil na noite de terça-feira (28).
Aliados do presidente criticaram, ao longo desta quarta, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e os demais governadores de oposição que se manifestaram em apoio à operação da polícia que deixou mais de cem mortos no estado e se tornou a mais letal da história do país.
Políticos do campo do petista dizem que Castro e os demais governadores utilizam a ação policial para fins eleitorais e classificam o que houve como chacina.
O presidente ainda não havia comentado o caso. Havia uma expectativa entre aliados do petista que ele usasse a cerimônia de posse de Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência nesta quarta para abordar o assunto, o que não acabou ocorrendo.




