RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Dezenas de moradores e mototaxistas se reuniram na frente do Palácio Guanabara nesta quarta-feira (28) em um protesto contra o governador Cláudio Castro (PL) após a Operação Contenção, que resultou em 119 mortes e se tornou a mais letal da história do Brasil.

O protesto acontece no horário em que Castro se reúne com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza.

Em meio a palavras de ordem, os protestantes empunhavam cartazes afirmando que “não foi operação, foi chacina” e que foi uma “carnificina promovida pelo Estado”.

A maior parte deles chegou ao Palácio em motos, mas foram dispersados por policiais militares. Minutos depois, estacionaram os veículos e retornaram a pé para a frente da sede do governo, na rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul do Rio.

Após 20 minutos de palavras de ordem, eles caminharam pacificamente para fora da rua principal, escoltados por poucos policiais militares. Durante o protesto, nenhum representante do governo se apresentou aos manifestantes.

A OPERAÇÃO

A ação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi a mais letal do país envolvendo policiais, segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Segundo a contagem oficial, foram 121 mortes, sendo 4 policiais. Em outubro de 1992, tropas da Polícia Militar paulista mataram 111 presos na extinta Casa de Detenção, na zona norte, no que ficou conhecido como massacre do Carandiru.

O governador Claudio Castro (PL) defendeu a ação. “Não vamos ficar chorando, ajudaram ou não ajudaram. Não dá para contar com apoio, a gente fez a nossa operação e foi um sucesso. Tirando a vida dos policiais, o resto da operação foi um sucesso.”

“De vítima, ontem, lá, só tivemos os policiais”, disse Castro em entrevista coletiva. Ele afirmou que a operação foi “um duro golpe” na criminalidade.

Especialistas em segurança pública, no entanto, criticam a operação, afirmam que ações como a de terça-feira se repetem, não atacam a estrutura do tráfico e deixam população desprotegida.