SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou ter pedido reforço em regiões de fronteira depois da operação policial que deixou ao menos 119 mortos desde a última terça-feira (28) no Rio de Janeiro.

Em suas redes sociais, Bullrich publicou a cópia de uma espécie de ofício, com data desta quarta-feira (29), enviado para Alejandra Monteoliva, secretária de Segurança Nacional, em que solicita reforço nas operações de segurança em regiões fronteiriças.

“Me dirijo, na qualidade de Ministra de Segurança Nacional, para solicitar que, no contexto dos acontecimentos ocorridos na terça-feira, 28 de outubro do corrente ano, na cidade do Rio de Janeiro, República Federativa do Brasil, sejam dadas as instruções correspondentes às Forças Federais de Segurança para reforçar os operativos nas zonas de fronteira”, diz trecho da publicação.

Bullrich justifica o pedido dizendo que é uma medida preventiva para o caso de debandadas que possam ocorrer para o país vizinho ao Brasil.

Ela ainda solicita que os efetivos destacados na fronteira recebam o manual de reconhecimento de sinais característicos dos grupos narcotraficantes, a fim de a identificação.

“Ao mesmo tempo, peço que se ativem os contatos com as forças policiais do Brasil e do Paraguai para uma tarefa conjunta, com o objetivo de garantir o intercâmbio de informações e as capacidades operativas”, completa o texto.

OPERAÇÃO MAIS LETAL DA HISTÓRIA

O total de mortos na Operação Contenção, no Rio de Janeiro, chega a 119, divulgou o governo do estado, na tarde desta quarta-feira (29), um dia após a ação mais letal da história do estado.

O número de mortos foi atualizado pelo delegado Felipe Curi, secretário estadual da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

De acordo com ele, 113 pessoas foram presas. O delegado afirmou que dez adolescentes foram apreendidos.

A operação tinha como objetivo prender membros do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.

A ação e a resposta do Comando Vermelho –que usou armamento pesado e ordenou o fechamento de vias– deixou diversas regiões da segunda maior cidade do país com um cenário de guerra, com caos nas ruas, tiroteios e veículos queimados.

Suspeitos de integrarem o Comando Vermelho chegaram a usar drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população da Penha, para atrasar o avanço das forças de segurança durante a manhã desta terça.

A megaoperação policial tinha como objetivo cumprir 69 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho em 180 endereços. O governo estadual disse que 81 pessoas foram presas na ação, mas não divulgou quantos mandados foram cumpridos. Além disso, os agentes apreenderam mais de 100 fuzis que eram usados pela facção.

Na madrugada desta quarta, moradores do Complexo da Penha, na zona norte, levaram retiraram ao menos 70 corpos da área de mata que separa os dois complexos e onde teve intenso tiroteio durante a operação.

Os mortos foram enfileirados na praça São Lucas, na comunidade, onde foram reconhecidos por parentes.