RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Marcelo Menezes, afirmou nesta quarta-feira (29) que todos os policiais militares envolvidos na megaoperação de terça (28) usavam câmeras nas fardas, mas que parte delas pode não ter registrado a atuação por falta de bateria.

Segundo ele, as câmeras usadas pela corporação têm baterias com duração média de 12 horas, menos do que o tempo em que as tropas permaneceram nos complexos da Penha e do Alemão.

Nesta terça os primeiros relatos de tiroteio foram registrados ainda nas primeiras horas da manhã, antes das 6h, e as polícias só desmobilizaram as equipes das comunidades depois das 18h.

“Começamos a reunir às 3h de terça, as tropas começaram a se movimentar às 5h. Em algum momento há a substituição dessas baterias. Dado o cenário em que ali estavam empregadas as câmeras, aquelas baterias não foram recarregadas e em algum momento essas imagens podem ter sido perdidas”, afirmou Menezes.

O Bope, a tropa de elite da PM, começou a utilizar câmeras corporais nas fardas em janeiro de 2024, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Inicialmente, o governador Cláudio Castro (PL) havia recorrido da decisão do ministro Edson Fachin, do início de 2022, que determinava a implementação de câmeras em todo o efetivo policial.

No recurso, a gestão de Castro argumentou que, em diversos lugares no mundo, forças especiais de segurança não costumam ter câmeras corporais. O motivo, segundo o governo estadual disse no processo, é que “não seria producente revelar as técnicas das forças especiais, as suas táticas e os seus equipamentos para os criminosos”.

O recurso, no entanto, foi negado por Fachin. Em decisão de junho de 2023, o ministro afirmou que as atividades de inteligência podem dispensar o uso das câmaras corporais, mas que elas não representam todas as ações realizadas pelo Bope e pela Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) —grupo especializado da Polícia Civil.

O governo Castro afirma que 2.500 policiais, entre civis e militares, foram mobilizados para a ação nos complexos.

Durante a tarde, diante da represália ordenada pelo Comando Vermelho com o fechamento de vias da cidade, a PM anunciou que todos os batalhões ficariam de prontidão e mobilizou equipes extras para pontos sensíveis do Rio e da região metropolitana, como avenida Brasil, linhas Vermelha e Amarela e ponte Rio-Niterói.