RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Seis mulheres, seis trajetórias e um universo que combina luxo, poder, coragem e resiliência -longe do eixo Rio-São Paulo. É assim que “Poderosas do Cerrado”, novo doc-reality da Globo, promete jogar luz sobre Goiânia, a capital do agronegócio, do sertanejo e de uma região que desperta cada vez mais interesse no país. A série estreia em 29 de outubro, no Globoplay, e também será exibida pelo canal GNT.
Ao longo de dez episódios, Andréa Mota, Cristal Lobo, Layla Monteiro, Roseli Tavares, Tana Lobo e Thaily Semensato compartilham momentos de suas rotinas profissionais e familiares, revelando diferentes faces da mulher goiana contemporânea.
“Somos mulheres poderosas, mas também mães, irmãs, filhas, pessoas com nossa verdade e dignidade -e isso nos orgulha”, afirma Andréa Mota, empresária à frente de uma holding familiar de produtos em aerossol e viúva do cantor Leandro (1961-1998), da dupla com Leonardo.
Entre as participantes, está também a pecuarista Roseli Tavares, que celebra com bom humor a estreia na emissora. “A Globo me colocou no pódio da roça! Fiquei sem chão, parecia que minha alma tinha saído do corpo. Falei: ‘Gente, eu? Global?’ (risos). Sou uma mulher mais velha, mas ainda dando um caldo. A Globo arrasou comigo”, brinca.
“Foi maravilhoso conviver com todas. Elas são lindas, chiquérrimas, o oposto de mim. Sempre digo: ‘vocês são a joia, eu sou a jeca’. E está tudo bem, cada uma com seu brilho.”
As irmãs Cristal e Tana Lobo, empresárias do ramo de eventos, destacam o caráter afetivo da produção. “Tem muita história de família, emoção e sentimento por trás de tudo o que fazemos. Por trás do glamour, existe muito trabalho, dedicação e amor. Mostrar esse lado é um prazer enorme. Acreditamos que o público vai se identificar”, diz Cristal.
Tana, por sua vez, reforça a importância de valorizar o campo e a cultura local. “O agro é o coração do Brasil. Movimenta o país, sustenta famílias e gera empregos. Aqui em Goiás, o agro é mais que um setor, é parte da nossa identidade. Mas o estado vai além: tem agro, tem cultura, tem estilo e muito mais.”
Produzida pela Boxfish, “Poderosas do Cerrado” nasceu de um desafio criativo. Segundo o diretor artístico Eduardo Gaspar, a ideia surgiu quando os executivos argentinos da produtora pediram que ele reunisse um grupo de mulheres para contar suas histórias. “Naturalmente pensei nas mulheres do Cerrado. Acredito muito no potencial dessa região, ainda pouco explorada no audiovisual, mas com uma força gigantesca”, conta.
A partir daí, a equipe iniciou uma pesquisa ampla de elenco, com profissionais em São Paulo e olheiros em Goiânia. “Queríamos um grupo forte e diverso, não apenas empresárias do agro. Buscamos mulheres de perfis complementares: mães, influenciadoras, mulheres do campo e da cidade. A ideia era mostrar quem são essas mulheres para além do luxo”, explica Gaspar.
Apesar de algumas recusas por medo da exposição, o diretor garante que o elenco final é “dos sonhos”. “Acreditamos muito no potencial delas. Sinceramente, queria que essa série tivesse mais episódios, porque muitas mulheres também disseram sim.”
Mais do que retratar mulheres bem-sucedidas, Gaspar vê o projeto como uma celebração da força feminina. “Queremos mostrar que essas mulheres, que conquistaram seus espaços, podem ter o que quiserem: bolsas, carros, luxo, sem serem julgadas. Se um homem pode usar o relógio dos sonhos sem críticas, por que uma mulher não pode?”, provoca.
Comparações com o reality Mulheres Ricas (2012), da Band, são inevitáveis, mas o diretor faz questão de marcar a diferença. “Respeitamos o que veio antes, mas o papel da mulher mudou muito desde então. Nosso foco é outro: histórias reais, regionais, familiares, é quase biográfico”, explica o paulistano, que tem no currículo produções como The Masked Singer, Dança dos Famosos, “Casamento às Cegas”, dentre outros.




