BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Governadores de oposição ao governo federal se mobilizaram para prestar solidariedade e oferecer apoio ao governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. O estado teve a ação policial mais letal da história, com centenas de mortos.

O primeiro encontro ocorreu virtualmente na manhã desta quarta-feira (29), e eles ainda devem fazer outro, mais ampliado e presencial, às 18h desta quinta-feira (30), na capital fluminense.

Participaram da reunião desta manhã os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). A iniciativa do encontro online partiu de Zema.

Dos seis participantes, três são considerados presidenciáveis -sendo Tarcísio o único que nega essa intenção e insiste ser candidato à reeleição. Castro deverá ser candidato ao Senado pelo PL de Jair Bolsonaro no próximo ano.

O governador de São Paulo, que está em Brasília para compromissos diversos, deveria comparecer à filiação do deputado Pedro Lupion (PR) ao Republicanos nesta manhã, mas cancelou sua participação para participar da reunião online.

Lupion é presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), uma das bancadas mais influentes da Câmara.

Segundo interlocutores dos governadores, eles se reunirão com suas equipes ao longo do dia para avaliar o que é possível sugerir como ajuda a Castro. Alguns já se anteciparam. Caiado, por exemplo, colocou as tropas de Goiás à disposição.

Já Ibaneis Rocha (MDB) disse que o Distrito Federal poderia ajudar com inteligência. Ele não participou da reunião desta manhã, mas enviará a sua vice, Celina Leão (PP), para o encontro no Rio.

Já a reunião presencial é organizada por Jorginho Mello, de Santa Catarina. A lista de confirmados ainda é incerta, uma vez que muitos governadores têm outros compromissos.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou em nota que não participou do encontro online por causa de outra reunião, mas também falou com Castro por telefone para reforçar “a disposição do Rio Grande do Sul para dar todo o apoio necessário, com as nossas forças de segurança a postos”.

Leite afirmou ainda que está buscando reorganizar sua agenda para participar da reunião de governadores do Sul e Sudeste no Rio.

O governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), também não participou da videoconferência, porque tinha outra agenda, e ainda não há clareza se participará do evento na quinta. Ele telefonou para Castro e ofereceu apoio da Secretaria de Segurança.

Castro disse a jornalistas, nesta quarta, que falou com os governadores pela manhã. Ele também mencionou uma ligação de Helder Barbalho (MDB), do Pará, que é aliado do governo Lula (PT), com quem o governo do Rio tem tido uma disputa de narrativa sobre apoio da União.

O governador se queixou de não ter recebido blindados do governo federal, mas não houve pedido recente de qualquer tipo de auxílio à União. Na tarde desta quarta, ele se reunirá com integrantes da gestão Lula para tratar da crise de segurança pública.

“Foram diversos [governadores] se solidarizando, parabenizando e reconhecendo a coragem do Rio de Janeiro de dar pontapé inicial da solução desse problema no combate dessa guerra. Agradeço demais meus colegas governadores, com certeza a ajuda que propõem será bem vinda”, disse.

Castro disse ainda que a ajuda sugerida pelos demais governadores será decidida de forma técnica, conforme a necessidade estabelecida pela secretaria de segurança pública do estado. “Não na vontade de encher isso aqui de polícia, definitivamente não é isso que a gente precisa”, afirmou.