SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O furacão Melissa chegou a Cuba nesta quarta-feira (29), um dia depois de atingir a Jamaica como uma das tempestades mais poderosas já registradas no Atlântico.
Com ventos de cerca de 300 km/h, o Melissa chegou a alcançar a categoria 5, o nível máximo na escala de intensidade, e, na Jamaica, tornou-se o furacão mais forte a atingir o solo em 90 anos, segundo análise da agência de notícias AFP com base em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Depois, perdeu intensidade.
O último furacão com força comparável havia sido o chamado “furacão do Dia do Trabalho”, que devastou o arquipélago de Florida Keys, nos Estados Unidos, em 1935, com ventos também próximos de 300 km/h. Desde o início dos registros oficiais da NOAA, em 1842, poucas tempestades atingiram níveis semelhantes de intensidade ao tocar terra.
Furacões, como o Melissa, são tempestades tropicais formadas no Atlântico Norte e no nordeste do Pacífico. Quando ocorrem em outras regiões, recebem outros nomes: tufões, no noroeste do Pacífico, e ciclones, no oceano Índico e no sul do Pacífico.
Entre todas essas categorias, apenas o tufão Goni, que atingiu as Filipinas em 2020, provocou ventos mais fortes e pressão mais baixa do que Melissa próximo à costa, embora os dados da NOAA não confirmem se essa intensidade se manteve no momento do impacto.
Na série histórica, o recorde absoluto de ventos mais fortes pertence ao furacão Patricia, que se formou no Pacífico antes de atingir o México em outubro de 2015, com ventos de 343 km/h. A mesma marca foi registrada com o tufão Nancy, em 1961.
No entanto, ambos os fenômenos alcançaram essa força em mar aberto e chegaram ao continente com menor intensidade. Situação semelhante ocorreu com o tufão Mawar, em 2023, cujos ventos ultrapassaram 305 km/h, mas longe da costa.
No Atlântico, apenas o furacão Dorian, que atingiu as Bahamas em 2019, registrou ventos comparáveis aos de Melissa e do “furacão do Dia do Trabalho”, embora sua pressão atmosférica fosse mais alta o que o torna, tecnicamente, menos intenso.
Outro caso marcante foi o do furacão Gilbert, que devastou a Jamaica em 1988, deixou 40 mortos e causou grandes prejuízos materiais, mas também não atingiu a mesma força de Melissa.
Melissa é o quinto furacão de categoria 5 em 2025 e superou o tufão Ragasa, que havia atingido o leste da Ásia em setembro e, até então, era considerado o fenômeno mais poderoso do ano, com ventos de 267 km/h. Após cruzar a Jamaica, Melissa perdeu intensidade e foi rebaixada à categoria 3 antes de tocar o território cubano.
Cientistas afirmam que o aumento da frequência e da intensidade desses eventos está ligado às mudanças climáticas, que tornam o oceano mais quente e fornecem mais energia para a formação de tempestades extremas em todo o mundo.




