SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Departamento de Estado dos EUA emitiu nesta terça-feira (28) um alerta de risco aos cidadãos americanos que pretendem visitar o Rio nos próximos dias por causa da operação mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos.
O QUE ACONTECEU
EUA alertaram que “confronto entre polícia e facções criminais causaram interrupções no tráfego em diversas áreas da zona norte” da cidade. A recomendação foca mais em orientar americanos a acompanhar mapas nos celulares para checar vias liberadas, evitar áreas “fortemente afetadas” pela operação que “evoluía rapidamente” e pedia atenção às notícias divulgadas pela imprensa.
Alerta partiu do próprio Consulado do Rio de Janeiro. As autoridades americanas pediram que turistas do país evitassem “múltiplos trechos” da Avenida Brasil, Linha Vermelha, Linha Amarela, Estrada Grajaú-Jacarepaguá, Avenida Marechal Rondon, Avenida 24 de Maio e Rua Dias da Cruz e alertou que outras vias também poderiam estar comprometidas nas proximidades.
Autoridades ainda insistiram que americanos “minimizassem movimentos desnecessários” e “mantivessem perfil discreto” enquanto no Rio. O Departamento de Estado também recomendou que viajantes notificassem amigos e familiares de sua localização e segurança, se mantivessem ligados ao que acontece nos seus arredores e planejassem rotas alternativas ou revisassem seus planos de segurança de viagem.
No entanto, “nível de perigo” do Rio não foi alterado, o que pode indicar que EUA consideram a situação pontual. O país mantém uma escala de cores/números e lista de recomendações para cada país com base nos riscos que eles apresentam ao turista.
Brasil segue sendo um país com nível de alerta 2; escala vai de 1 (menor risco) a 4 (maior risco). Isso quer dizer que os EUA recomendam que seus viajantes “tomem mais cuidados” quando visitam o país devido a crimes e risco de sequestros. Para países de nível 1, o conselho é “exercer precauções normais”, para o nível 3 é “reconsiderar a viagem” e para o nível 4 é simplesmente “não viajar” até este destino.
Apesar de ter a mesma classificação de países como França, Reino Unido e Suécia, o Brasil tem áreas de risco 4 (ou vermelho) destacadas pelo Departamento de Estado. O governo americano recomenda não viajar as cidades-satélite de Brasília (Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá) e para qualquer local a 160 km das fronteiras do Brasil com Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. No entanto, as restrições não se aplicam ao Parque Nacional de Foz do Iguaçu e ao Parque Nacional do Pantanal. Além disso, é indicado não visitar favelas, vilas, comunidades ou conglomerados a qualquer hora do dia.
EUA indicam que americanos devem tomar cuidado com ameaças específicas durante suas visitas. Além de roubo e violência armada, turistas americanos correm risco de sequestro com pedido de resgate, segundo o Departamento de Estado, que ainda alerta para a ligação do crime organizado com o tráfico de drogas.
Agressões aos turistas podem acontecer especialmente após o “Boa noite, Cinderela” com drogas nas bebidas, especialmente no Rio, dizem as autoridades. Vítimas são encontradas por aplicativos de relacionamentos ou bares. Funcionários do governo americano são desencorajados de usar ônibus municipais pelo risco de assalto e agressão, especialmente à noite.
Segundo os americanos, apenas quatro países na América do Sul têm risco inferior ao Brasil: Argentina, Paraguai, Guiana Francesa e Suriname. No entanto, é importante salientar que estas recomendações são atualizadas com frequência, podem mudar de acordo com eventos em cada país e também segundo a avaliação de diferentes governos dos EUA.
Já no restante do continente americano, o nível 1 de risco é visto apenas no Canadá e em El Salvador. No entanto, duas regiões mexicanas Campeche e Yucatán são consideradas de baixo risco, em que a recomendação é apenas tomar as precauções normais de segurança. Os alertas emitidos para cada país podem ser consultados no site do Departamento de Estado.




