Da Redação
A megaoperação policial que deixou 64 mortos no Rio de Janeiro nesta terça-feira (28) provocou uma onda de apreensão e mobilizou artistas e personalidades nas redes sociais. Diante do clima de guerra que tomou conta da cidade, famosos cancelaram eventos, interromperam atividades e pediram que os cariocas permanecessem em segurança.
Entre eles, a cantora Ludmilla foi uma das primeiras a se manifestar. Em uma publicação nas redes sociais, ela pediu que seus seguidores evitassem sair de casa:
“Galera do Rio de Janeiro: se protejam, fiquem em lugar seguro. Não é momento de sair. Se tiver que sair por trabalho, vá com cautela e acompanhe informações oficiais. Se cuidem, amo vocês.”
A operação, que mobilizou mais de 2,5 mil agentes nos complexos da Penha e do Alemão, gerou confrontos intensos com o Comando Vermelho, que reagiu com armamento pesado e bloqueou ruas, incendiando veículos. O cenário de pânico paralisou boa parte da capital fluminense.
O cantor Chico César também se posicionou, compartilhando uma crítica da vereadora Luana Alves (PSOL-SP) contra o governador Cláudio Castro (PL). A parlamentar classificou a ação policial como “um teatro macabro de um governador aliado de traficante”. Chico reforçou o posicionamento, dizendo que “em políticas de combate às drogas, quem sempre paga o preço é o povo”.
O caos afetou diretamente o setor cultural e gastronômico. O ator Marcello Novaes, sócio da pizzaria Ella, anunciou o fechamento do restaurante e da operação de delivery. “Não funcionaremos hoje devido aos atuais acontecimentos no Rio de Janeiro”, informou o estabelecimento.
O escritor Michel Alcoforado também precisou cancelar o lançamento do livro “Coisa de Rico”, que seria realizado na Livraria da Travessa, no Leblon. “A segurança de todos é nossa prioridade neste momento”, escreveu o antropólogo.
Já a dançarina Lore Improta, que está grávida de Léo Santana, decidiu deixar o Rio horas após chegar à cidade. Ela participaria de um ensaio da escola de samba Viradouro, mas voltou às pressas para Salvador.
“Assim que pousamos, começaram a chegar mensagens sobre o que estava acontecendo. A situação está muito violenta. Toda a equipe foi orientada a retornar. Conseguimos remarcar os voos e, graças a Deus, estamos bem”, relatou.
A operação, segundo o governo estadual, teve como alvo o avanço territorial do Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio. No entanto, o saldo de dezenas de mortes, ruas bloqueadas e eventos cancelados transformou a terça-feira em um dos dias mais tensos da história recente da cidade.







