SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A PF (Polícia Federal) faz, nesta quarta-feira (29), uma grande operação para desmantelar um esquema especializado em fraudes bancárias eletrônicas, principalmente do interior de São Paulo. Batizada de Operação Pena Certa, a ação investiga uma organização criminosa acusada de aplicar golpes em correntistas.

Segundo a PF, os golpistas instalavam peças falsas em caixas eletrônicos e mantinham uma central de atendimento que se passava por banco. Assim, conseguiam dados das vítimas e causavam prejuízos a clientes e instituições financeiras.

Cerca de 80 policiais participam da ação, que tem mandados de busca e prisão em São Paulo e Guarulhos. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de São José do Rio Preto (SP).

Os suspeitos devem responder pelos crimes de fraude eletrônica e organização criminosa.

O avanço dos aplicativos de celular e dos canais digitais de atendimento ampliou as formas de acesso aos serviços bancários —e também abriu espaço para novas modalidades de golpe.

Entre os crimes mais comuns estão as centrais falsas que imitam o atendimento oficial dos bancos, o envio de links fraudulentos por aplicativos de mensagem e as chamadas “maquininhas” adulteradas, que capturam informações de cartões.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os golpes digitais cresceram 80% no último ano, e o perfil das vítimas tem se ampliado, atingindo inclusive clientes com bom nível de instrução e familiaridade com tecnologia.

De acordo com dados da Febraban, o volume de prejuízo causado por fraudes em canais eletrônicos e cartões no Brasil saltou de R$ 8,6 bilhões em 2023 para R$ 10,1 bilhões em 2024 —um aumento de 17 %. No mesmo período, as fraudes via PIX cresceram 43 %, acumulando perdas de cerca de R$ 2,7 bilhões.

Uma pesquisa mais ampla da Febraban revela que entre os entrevistados que já foram vítimas ou tentativas de vítimas de golpes bancários, os tipos mais citados são: clonagem ou troca de cartão, golpes via WhatsApp e a falsa central por telefone.

Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 5 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação voltados para segurança. Segundo a Febraban, o valor corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com sistemas para garantir segurança nas transações financeiras cotidianas.