GYEONGJU, COREIA DO SUL (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que espera chegar a um bom acordo com o líder da China, Xi Jinping, no encontro que terão nesta quinta-feira (30) em Gyeongju, na Coreia do Sul.

Trump, que chegou no início da tarde desta quarta-feira (29) após um giro por países asiáticos, participa, juntamente com Xi e outros mandatários, da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em português), que ocorre nesta semana na cidade sul-coreana.

“Provavelmente você sabe que o presidente da China está vindo para cá amanhã e nós vamos, eu espero, fazer um acordo. Eu acho que haverá um acordo, e eu acho que será um bom acordo para os dois”, disse ele em encontro com CEOs organizado pela Apec.

“Eu acho que teremos algo que será emocionante para todos.”

O regime chinês, por meio da agência estatal Xinhua, confirmou que o encontro entre Xi e Trump ocorrerá nesta quinta na Coreia do Sul.

A discussão entre os dois será às margens do evento oficial, em local e horário não divulgados. A data de chegada do chinês também não foi anunciada, e espera-se que ocorra no dia da reunião.

O encontro ocorre dois dias antes do fim da trégua entre os dois países, no sábado (1º). Espera-se que os líderes encontrem uma saída comum para a guerra comercial entre os países, que se arrasta desde abril, quando Trump anunciou sobretaxas a diversos países e a China foi uma das mais afetadas.

Um acordo entre os mandatários poderia impedir a tarifa adicional de 100% sobre os produtos chineses a partir dessa data. Trump estabeleceu a medida há cerca de 20 dias, logo após o regime chinês expandir seu controle de terras raras.

A medida recente de Xi criou uma jurisdição extraterritorial ao estabelecer que todos os produtos que contenham terras raras chinesas e sejam produzidos fora do país necessitem de uma licença da China para serem exportados.

O movimento aumentou o domínio do gigante asiático sobre a cadeia de produção de itens que envolvam os minerais, que incluem indústrias como as de aviação, alta tecnologia e automobilística, entre outras.

Embora a norma chinesa tenha entrado em vigor assim que foi publicada, a medida de Trump, que tem como objetivo retaliar o país asiático, só vale a partir de novembro. Na época, já estava sendo desenhado o encontro entre os líderes no contexto da Apec, e a ação do americano de segurar o prazo para a implementação das tarifas adicionais foi vista como um ato de boa vontade.

A negociação das tarifas será permeada por outras questões comerciais e políticas que afetam a relação entre as duas potências, como os controles de exportação sobre terras raras e softwares críticos, a compra da soja americana pelos chineses, as taxas portuárias impostas reciprocamente, semicondutores e a taxação de itens da Boeing pelos americanos, entre outros possíveis assuntos.