SÃO PAULO.SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levaram na madrugada desta quarta-feira (29) aos menos 20 corpos para a praça São Lucas, na comunidade.

Eles foram localizados na mata localizada entre os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, onde foi realizada a operação mais letal da história do estado, nesta terça (28).

A advogada Flávia Fróes, que acompanha a retirada dos corpos, afirma que alguns deles têm marcas de tiros na nuca, facadas nas costas e ferimentos nas pernas.

Defensores de direitos humanos pediram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos a presença de interventores e peritos internacionals no Rio. A advogada chama a ação policial de “o maior massacre da história do Rio de Janeiro”.

Enfileirados, os corpos estão cercados de moradores, que tentam identificar familiares e amigos.

A mãe de um dos mortos, um jovem de 20 anos, diz que encontrou filho com o pulso amarrado, na mata: “Dava tempo de socorrer”, afirmou.

Ao lado dos corpos, mulheres choraram e se abraçaram após reconhecer alguns dos mortos, na manhã desta quarta. “Meu filho”, disse uma delas, em prantos.

Rodeados de fotógrafos e cinegrafistas, todos os corpos foram descobertos por volta das 7h. Segundo o ativista Raull Santiago, a exposição foi um pedido dos familiares, para mostrar o estado em que as pessoas foram encontradas.

“Uma cena que entra para a história de terror do Brasil”, disse. De acordo com ele, os moradores encontraram ao menos 40 corpos na mata que não estão na contagem oficial de 64 mortos. O governo estadual ainda não se pronunciou sobre a localização desses corpos.