RIO DE JANEIRO, RJ E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta terça-feira (28) que pediu ao governo Lula (PT) a transferência para presídios federais de dez presos apontados como os de maior periculosidade.
Segundo Castro, os presos que compõem a lista foram responsáveis por ordenar as represálias que ocorreram na cidade ao longo da tarde desta terça. Caminhões e ônibus foram roubados e atravessados em avenidas e vias expressas e barricadas foram montadas, algumas com pneus em chamas.
O anúncio do pedido ao governo federal foi feito em vídeo na tarde desta terça. Os presos têm envolvimento com o Comando Vermelho, principal alvo da operação que deixou 64 mortos nos complexos da Penha e do Alemão. A lista tem nomes que já estavam no sistema prisional -alguns em Bangu- e não conta com presos da operação desta terça.
Castro afirmou que tomou a decisão de pedir a transferência para mostrar que a gestão faz segurança pública com “integração e diálogo”. Mais cedo, ele havia afirmado em entrevista coletiva que teve pedidos de ajuda das Forças Armadas negado e que o Rio de Janeiro estava sozinho no combate às facções.
“Eu tomei a decisão, acreditando que política de segurança pública se faz com diálogo e integração, pedir ao governo federal imediatamtente dez vagas para transferência imediata desses dez criminosos de maior periculidades. Mostrando que integração e diálogo é a nossa forma de fazer segurança pública. Vamos tirar esses criminosos e devolver a paz”, disse Castro.
A lista é composta por: Wagner Teixeira Carlos (Waguinho de Cabo Frio); Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha); Arnaldo da Silva Dias (Naldinho); Alexander de Jesus Carlos (Choque); Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão); Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor); Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho); Carlos Vinícius Lirio da Silva (Cabeça do Sabão); Eliezer Miranda Joaquim (Criam).
My Thor é apontado por investigações como um dos traficantes mais antigos em atividade no estado, e liderou a ascenção do CV na década de 1990 ao lado de nomes como Fernandinho Beira-Mar.
Relatório a que a Folha de S.Paulo teve acesso aponta que a secretaria de Polícia Civil pediu em 2024 ao menos três vezes para que My Thor fosse transferido para penitenciária federal, mas os pedidos foram indeferidos.
Outros presos da lista são apontados por relatórios da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) como lideranças do tráfico em cidades da região metropolitana e do interior do estado, como Bicinho, de Volta Redonda, Criam, de Belford Roxo, e Cabeça do Sabão, da favela do Sabão, em Niterói.
Parte dos presos é perfilada como de altíssima periculosidade em relatórios internos da Seap.




