RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um morador da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, ocupada por policias durante operação nesta terça-feira (28), diz que passa rezando ao lado dos agentes.
“Eu passo rezando. É só rezar que a paz chega”, disse à reportagem. Ele afirmou morar na Vila Cruzeiro, na Penha, desde que nasceu, há 63 anos.
Usando uma camiseta com uma inscrição sobre a paz, ele passou caminhando devagar ao lado dos policiais, enquanto disparos de fuzil eram ouvidos a cerca de 300 metros.
No hospital Getúlio Vargas, na zona norte, a reportagem também encontrou pessoas em busca de familiares. Uma delas estava atrás do filho, que tinha desaparecido. Pouco depois, ela foi informada que ele tinha sido preso.
Pela imprensa, alguns agentes foram informados da morte de dois membros da corporação. “O Máscara [ apelido de um dos agentes] estava no meio do mato. Vai ganhar bravura, merecido”, disse um, lamentando-se.
O governo do Rio de Janeiro realiza a Operação Contenção, uma ação conjunta das forças de segurança estaduais contra a expansão territorial do Comando Vermelho. O governo Cláudio Castro (PL) confirmou que ao menos 64 pessoas morreram -60, incluindo suspeitos e civis, além de 4 policiais.
Policiais civis e militares estão nos complexos do Alemão e da Penha, para cumprir mandados de busca e apreensão e capturar lideranças criminosas do Rio e de outros estados. Os dois complexos abrigam 26 comunidades.
Na Vila Cruzeiro, policiais ocupam com blindados todos os acessos à favela. Já motos são proibidas e, aos gritos, os agentes mandam os veículos retornarem.
Baús de motos e mochilas são revistadas pelos agentes, que são xingados por mototaxistas.
Por volta de meio-dia, um grupo de 26 presos desceu com a Polícia Militar, entre eles, alguns menores de idade. Eles foram levados em um ônibus para a Cidade da Polícia.
Segundo o governo do estado, criminosos usaram drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população, no Complexo da Penha, para atrasar o avanço da operação.
Ainda de acordo com o governo, na ação foi preso um líder do Comando Vermelho, responsável pela guerra do Chapadão.




