SÃO PAULO, SP E RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta terça-feira (28) que o principal problema na cidade em meio à megaoperação deflagrada contra o CV é o medo de empresas de ônibus e motoristas em circularem nas ruas.
Empresas e ônibus temem que veículos sejam incendiados, segundo o prefeito. “O maior problema que a gente tem no momento é justamente de motoristas de ônibus, empresas de ônibus que não querem colocar seus ônibus nas ruas para evitar incêndio, qualquer dano aos motoristas, aos ônibus. A gente tem insistido com eles”, disse Paes, em coletiva de imprensa no Centro de Operações Rio.
Paes afirmou que determinou o funcionamento de todos os serviços municipais. “Não dá para ficar refém de grupos criminosos. Isso é inaceitável. Desde o início desses problemas e a reação de grupos criminosos, determinei que os órgãos municipais permaneçam funcionando até o fim do expediente, cumprindo com a nossa obrigação.”
OPERAÇÃO MAIS LETAL DA HISTÓRIA
Uma megaoperação prendeu mais de 80 suspeitos de integrar o CV e resultou na morte de ao menos 64 pessoas. Com isso, se tornou a ação policial mais letal da história do estado fluminense.
Ao menos 64 pessoas foram mortas durante a ação, sendo quatro policiais (dois militares e dois civis), segundo a Polícia Civil. Outras nove pessoas foram baleadas, três moradores e seis agentes, quatro civis e dois militares. Entre os mortos, estão lideranças da facção em outros estados que estavam refugiados na região.
Número de mortos na Operação Contenção superou o da ação policial na favela do Jacarezinho, em 2021. Em 6 de maio daquele ano, a incursão na comunidade da zona norte do Rio terminou com 28 pessoas mortas e se tornou a mais letal do estado até então.
Ação mobilizou 2.500 agentes para cumprir mandados de busca e apreensão em localidades da capital fluminense. A ação é resultado de um ano de investigação envolvendo, também, o Ministério Público do Rio de Janeiro e busca desarticular lideranças do CV.
Polícia prendeu Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quitungo”, homem de confiança de Doca, um dos líderes do CV nas ruas. Ao todo, 81 pessoas foram presas até o momento -incluindo lideranças da facção de outros estados. Pelo menos 75 fuzis e rádios comunicadores também foram levados pelos agentes, segundo divulgado pelo governo fluminense. Mais de 200 kg de drogas foram apreendidas, de acordo com a polícia.




