SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Empresas de mineração apresentaram uma agenda de compromissos para transição energética, com o objetivo de reduzir ao menos 40% das emissões de carbono até 2035.

As metas foram apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), nesta terça-feira (28), em Salvador, durante o Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), um dos principais eventos do setor mineral da América Latina.

Os compromissos serão debatidos nas próximas semanas durante a COP30, conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro.

Instalações da mineradora Anglo American nas imediações da cidade de Barro Alto, no estado de Goiás, uma das maiores áreas de extração de Níquel no Brasil. Na carta com cinco compromissos, o setor se comprometeu em reduzir entre 40% e 50% das emissões nos próximos dez anos. Para 2050, o compromisso é de uma redução entre 90% e 95% das emissões de carbono. “É uma meta ousada”, avaliou o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann.

A redução das emissões de carbono será perseguida em três eixos: diminuição das emissões diretas, redução das emissões ao longo da cadeia global do minério de ferro e soluções para transição energética por meio de minerais críticos.

A concretização das metas, contudo, vai demandar desenvolvimento tecnológico e novas soluções para sustentabilidade.

“A gente vai ter que conseguir achar soluções tecnológicas viáveis para conseguir atingir essa redução. É um caminho sem volta”, afirmou Ana Sanches, CEO da Anglo American no Brasil e presidente do Conselho Diretor do Ibram.

O setor de mineração tem plano de investimentos de US$ 68 bilhões (cerca de R$ 364 bilhões) até 2023, dos quais US$ 16 bilhões (cerca de R$ 85 bilhões) destinados à sustentabilidade.

Dentre os demais compromissos propostos está o aumento em 15% da participação das fontes renováveis na produção das empresas até 2030, reduzindo o uso de combustíveis fósseis como o diesel.

Também foi definida a ampliação de 10% das áreas protegidas em relação a áreas impactadas pela mineração, além da redução de 10% do uso de água nova por tonelada de mineração até 2030, ampliando o reúso da água e aliviando a pressão sobre os recursos hídricos.

As mineradoras também se comprometeram a auxiliar na elaboração de planos municipais de adaptação a mudanças climáticas em ao menos 30 municípios onde há atividade de mineração.

Jungmann disse que o setor vai desenvolver metodologias de aferição das metas e dar transparência aos resultados para a sociedade de forma periódica.

“Todas as informações sobre pegada de carbono, uso da água e preservação da biodiversidade devem estar disponíveis de forma clara e auditável”, afirmou.