SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O evento de lançamento do livro “Coisa de Rico”, do antropólogo Michel Alcoforado, que aconteceria na noite desta terça-feira (28) na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, foi adiado em decorrência da operação policial que paralisou o Rio de Janeiro desde cedo.

A ação, considerada a mais letal da história do estado, ocorre nos complexos da Penha e do Alemão contra a expansão territorial do Comando Vermelho e afeta toda a cidade. O encontro contaria com um bate-papo entre o autor e a jornalista Andréia Sadi e seria um dos eventos de divulgação da obra lançada oficialmente em agosto.

“Em razão dos recentes dilemas de segurança no Rio de Janeiro, o lançamento do livro ‘Coisa de Rico’ será adiado. Neste momento, a segurança de todos é nossa prioridade”, disse o antropólogo em vídeo divulgado nas redes sociais. Ele agradeceu o apoio dos leitores e afirmou que uma nova data para o lançamento será anunciada assim que possível.

A obra de Alcoforado, conhecido como “antropólogo do luxo”, disseca a vida dos milionários brasileiros, explorando as contradições e os símbolos de status de quem concentra a maior parte da riqueza no país.

O autor mostra como a elite nacional evita se reconhecer como “rica”, num jogo constante de comparação com quem está acima na pirâmide social. O livro vem ganhando destaque por sua abordagem acessível e provocadora, que mistura pesquisa acadêmica e observações do cotidiano do luxo.

O lançamento faz parte de uma série de eventos programados para São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Por enquanto, não há previsão para a realização da sessão carioca.

As operações geraram reações violentas de criminosos, com ônibus e caminhões atravessados em vias expressas, pneus em chamas e dezenas de linhas de transporte público interrompidas. Importantes ligações entre as zonas norte, oeste e sul da cidade, como a Linha Amarela e a avenida Brasil, foram bloqueadas.

Segundo balanço do governo fluminense, a operação já deixou ao menos 64 mortos -entre eles quatro policiais-, 81 presos e mais de 70 fuzis apreendidos. Devido aos bloqueios e confrontos, diversas escolas e estabelecimentos comerciais estão fechados.