RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um morador da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, ocupada por policias durante operação nesta terça-feira (28), diz que passa rezando ao lado dos agentes.
“Eu passo rezando. É só rezar que a paz chega”, disse à Folha. Ele afirmou morar na Vila Cruzeiro, na Penha, desde que nasceu, há 63 anos.
Usando uma camiseta com uma inscrição sobre a paz, ele passou caminhando devagar ao lado dos policiais, enquanto disparos de fuzil eram ouvidos a cerca de 300 metros.
Pela imprensa, alguns agentes foram informados da morte de dois membros da corporação. “O Máscara [ apelido de um dos agentes] estava no meio do mato. Vai ganhar bravura, merecido”, disse um, lamentando-se.
O governo do Rio de Janeiro realiza a Operação Contenção, uma ação conjunta das forças de segurança estaduais contra a expansão territorial do Comando Vermelho. O governo Cláudio Castro (PL) confirmou que ao menos 18 suspeitos foram mortos em confronto com as forças policiais.
Além disso, dois policiais civis, incluindo o Máscara, também morreram na ação.
Policiais civis e militares estão nos complexos do Alemão e da Penha, para cumprir mandados de busca e apreensão e capturar lideranças criminosas do Rio e de outros estados. Os dois complexos abrigam 26 comunidades.
Na Vila Cruzeiro, policiais ocupam com blindados todos os acessos à favela. Já motos são proibidas e, aos gritos, os agentes mandam os veículos retornarem.
Baús de motos e mochilas são revistadas pelos agentes, que são xingados por mototaxistas.
Por volta de meio-dia, um grupo de 26 presos desceu com a Polícia Militar, entre eles, alguns menores de idade. Eles foram levados em um ônibus para a Cidade da Polícia.
Segundo o governo do estado, criminosos usaram drones para lançar bombas contra as equipes policiais e a população, no Complexo da Penha, para atrasar o avanço da operação.
Ainda de acordo com o governo, na ação foi preso um líder do Comando Vermelho, responsável pela guerra do Chapadão.




