Da Redação
A Jamaica enfrenta momentos de tensão com a chegada do furacão Melissa, que alcançou a categoria 5 — o grau mais alto na escala Saffir-Simpson — e ameaça se tornar o mais destrutivo da história do país. Ventos violentos e chuvas intensas já atingem parte da ilha, especialmente a região oeste, onde o governo teme danos catastróficos.
O primeiro-ministro Andrew Holness descreveu a situação como “uma ameaça sem precedentes” e fez um apelo à população para seguir as ordens de evacuação. “Não há estrutura capaz de resistir a uma tempestade dessa magnitude. Nossa prioridade é salvar vidas”, declarou.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Melissa deve atingir o território jamaicano entre a noite desta segunda-feira (27) e a madrugada de terça, com ventos sustentados de até 280 km/h. O fenômeno também deve provocar marés violentas, enchentes súbitas e inundações severas, comparáveis às registradas durante os furacões Maria (2017) e Katrina (2005).
Apesar dos alertas, parte da população se recusa a deixar as áreas de risco. “Não adianta correr da morte”, disse à AFP o pescador Roy Brown, de Port Royal. Já a moradora Jennifer Ramdial afirmou que permanecerá em casa. O governo insiste que a evacuação é uma medida essencial e reforçou que abrigos públicos estão disponíveis em toda a ilha.
A tempestade já provocou quatro mortes em outros países do Caribe — três no Haiti e uma na República Dominicana — e deixa um adolescente desaparecido. O movimento lento do furacão, de apenas 5 km/h, aumenta o potencial de destruição, já que Melissa permanece por mais tempo sobre cada região.
Além da Jamaica, Cuba, o sul das Bahamas e Turks e Caicos estão sob alerta máximo. O governo cubano iniciou a evacuação de 650 mil pessoas e decretou “fase de alarme” em seis províncias. Escolas e serviços públicos foram suspensos enquanto os moradores tentam proteger suas casas.
Organizações humanitárias, como a Global Empowerment Mission (GEM), já mobilizam ajuda emergencial. A entidade prepara o envio de 22 toneladas de suprimentos, incluindo alimentos, água e itens básicos, para a capital Kingston. “Estaremos no local durante a passagem do furacão para auxiliar na resposta e reconstrução”, afirmou o coordenador Santiago Neira.
Melissa é a 13ª tempestade nomeada da atual temporada de furacões do Atlântico, que vai até novembro. Meteorologistas alertam que o aquecimento dos oceanos tem tornado fenômenos desse tipo cada vez mais frequentes e destrutivos — um reflexo direto das mudanças climáticas que desafiam o Caribe e toda a região tropical.







